Secretaria de Saúde emite nota pedindo para que
profissionais se mantenham sensíveis na identificação precoce de casos
suspeitos da doença
Apesar de não registrar casos de febre amarela há, no mínimo, 17 anos, o Ceará
já se mantém alerta quanto ao risco de ocorrências da doença voltarem a
surgir no Estado, tendo em vista que algumas regiões do Brasil, como São Paulo e Minas Gerais, já estão com diversos casos confirmados, inclusive com mortes. Na tarde desta segunda-feira (23), a Secretaria da Saúde (Sesa-CE) emitiu uma nota técnica pedindo que os profissionais da área se mantenham sensíveis na identificação precoce de casos suspeitos da doença.
A nota emitida pela Sesa-CE, por meio da Coordenadoria de Promoção e
Proteção à Saúde (Coprom) e da Vigilância Epidemiológica do Ceará,
também pede para que qualquer caso suspeito da doença seja imediatamente notificado às autoridades sanitárias. A Secretaria reforça, no entanto, que, até o momento, não há nenhum caso suspeito de febre amarela no Ceará.
"A doença é de notificação compulsória e imediata, portanto todo caso
suspeito deve ser prontamente comunicado por telefone, fax ou e-mail às
autoridades sanitárias, por se tratar de doença grave com risco de dispersão para outras áreas do território nacional e mesmo internacional", destaca a nota da Secretaria da Saúde do Estado.
Vacina
Apesar de alertar os profissionais da saúde quanto ao risco da doença, a
Sesa informou que não é preciso que a população procure a vacina para febre amarela caso não vá viajar para áreas de risco, como Minas Gerias e o Norte do Estado de São Paulo. Segundo a Secretaria, para ter acesso à vacina a pessoa precisa comprovar que está viajando para essas áreas ou para países que exigem a imunização.
A Organização Mundial da Saúde considera que apenas uma dose da vacina
já é suficiente para a proteção por toda a vida. No entanto, como medida
adicional de proteção, o Ministério da Saúde definiu a manutenção do
esquema de duas doses da vacina Febre Amarela no Calendário Nacional,
sendo uma dose aos noves meses de idade e um reforço aos quatro anos. "É
importante destacar que todos os estados estão abastecidos com a vacina
e o país tem estoque suficiente para atender toda a população nas situações recomendadas", informou a Sesa-CE.
A vacina contra a febre amarela é ofertada no Calendário Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e é enviada, mensalmente, para todo o país. Os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro, no entanto, estão fora da área de recomendação para a vacina.
Casos no Brasil
Até o momento, foram registrados 272 casos suspeitos de febre amarela em 38 municípios do Nordeste de Minas Gerais, segundo o Ministério da Saúde. Já são 71 mortes suspeitas e 25 confirmadas. A cidade mineira de Ladainha foi a região onde foram registrados os primeiros casos do surto da doença, além de ser o local com maior número de mortes.
Em São Paulo, a Secretaria Estadual da Saúde investiga 10 casos suspeitos de febre amarela em território paulista. Destes, três pessoas morreram.
Todas as vítimas estiveram neste ano em Minas Gerais. De acordo com a
pasta, há três mortes confirmadas pela doença, sendo um caso importado
de Minas Gerais (com notificação em Santana do Parnaíba) e dois
contraídos no estado (autóctones), nos municípios de Batatais e Américo
Brasiliense, no interior.
Em 2015, foram registrados nove casos de febre amarela silvestre em
todo o Brasil, com cinco óbitos. Em 2016, foram confirmados seis casos
da doença, nos estados de Goiás (3), São Paulo (2) e Amazonas (1), sendo
que cinco deles evoluíram para óbito. Atualmente, o Brasil tem
registros apenas de febre amarela silvestre. Os últimos casos de febre
amarela urbana (transmitida pelo Aedes aegypti) foram registrados em 1942, no Acre.
Fonte: Diário do Nordeste
Por
Áquila Leite
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