Divulgação/Universidade de Queensland
Tubarão-zebra Leonie ficou grávido mesmo sem ter tido contato com animal do sexo oposto

Um caso de partogênese, uma forma de reprodução assexuada associada
normalmente a algumas espécies de plantas, bem como insetos e anfíbios,
foi registrado em um tubarão fêmea chamado Leonie, em um aquário
localizado em Townsville, na Austrália, de acordo com pesquisa publicada
nesta segunda-feira (16) na Scientific Reports.
A
ocorrência deste tipo de reprodução, que é caracterizado pelo
desenvolvimento e crescimento de um embrião sem a fertilização, em um
tubarão-zebra (Stegostoma fasciatum) é inédito.
Segundo o
estudo, Leonie apresentou uma mudança de reprodução sexuada para
assexuada. O animal pariu três filhotes em 2013, após ter cruzado com um
tubarão macho. Depois de ser separada de seu companheiro, três anos
depois, em abril de 2016, voltou a botar ovos, ainda que não tenha tido
contato com outro animal do sexo oposto nesse período.
Em nota, a
doutora Chistine Dudgeon, uma das autoras do estudo e professora da
Universidade de Queensland, afirmou que os pesquisadores chegaram a
considerar a hipótese de o animal ter estocado esperma, mas esta teoria
não se sustentou. "Quando testamos o DNA dos filhotes em busca de seus
possíveis pais, descobrimos que eles só tinham células da Leonie".
Para os autores do estudo, a ausência de um companheiro abriu espaço
para a haver uma adaptação no animal, desenvolvendo a possibilidade dele
realizar a partogênese. "Isto tem implicações enormes para a
conservação e nos mostra o quão flexível o sistema reprodutivo do
tubarão realmente é", afirmou Christine.
A possibilidade de os
filhotes de Leonie também desenvolverem a possibilidade de fazer
reprodução por meio da partogênese será, agora, avaliada pelos
pesquisadores. Caso isso ocorra, poderá ajudar a manter preservação da
espécie, em risco de extinção, segundo a Lista Vermelha da União
Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais.
A partogênese, por outro lado, pode levar à redução da diversidade genética ao longo das gerações de tubarão.
Do UOL, em São Paulo
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