As duas organizações criminosas que travaram o confronto que vitimou
cinco pessoas, no Conjunto Habitacional Leonel Brizola, na Granja
Lisboa, na última segunda-feira (20), já foram uma única quadrilha. O
racha entre os criminosos teria ocorrido, no fim do ano passado, segundo
a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A reportagem apurou
que um lado seria aliado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) e o outro
ao Comando Vermelho (CV).
Com a divisão, os grupos travaram uma guerra pelo domínio do tráfico de
drogas no Conjunto Habitacional, conhecido como 'Carandiru', e
começaram a matança. A DHPP conseguiu identificar pelo menos três
homicídios que aconteceram apenas neste ano e foram causados pela rixa
entre eles. Teria havido até a execução, por engano, de uma mulher
inocente. O assassinato da mulher, que não teve o nome divulgado, teria
sido o primeiro a acontecer depois do conflito entre as duas facções.
Dois dias depois, 7 de fevereiro, a vítima foi o adolescente Douglas
Maxwell da Silva, 17 anos. Ele foi executado a tiros por volta de 12h,
por suspeitos não identificados, na Rua José Martins, onde também
aconteceu o confronto com cinco mortos nesta semana. O estopim do
conflito foi o assassinato de Daniel Alves Machado, 22, na madrugada de
domingo (19), em uma praça da Rua Taubaté, na Granja Portugal.
Revoltada com a morte de Daniel, a quadrilha ligada ao PCC se armou
para a revanche e avisou aos inimigos do Comando Vermelho, pela rede
social Facebook, que iria encontrá-los no apartamento que foi palco da
carnificina. Para a Polícia Civil, o aviso fez com que a facção rival se
preparasse para um revide.
O alvo principal do PCC era o traficante Francisco Alysson Lima, 22,
mas os criminosos acabaram matando o irmão de Alysson, Alan Lima dos
Santos, 20, e Valdirene do Nascimento Ribeiro, 21, no local; além de
ferir gravemente Leonardo de Sousa Lopes dos Santos, 17, que morreu,
horas depois, no hospital.
Na troca de tiros, o grupo ligado ao CV matou Jefferson Nazario Gomes
Oliveira de Carvalho, 23, e Francisco Max da Silva Ângelo, 19. Preso na
última quarta-feira (22), Alysson confessou ter atirado e matado os dois
homens da facção rival.
Também foram presos José Carlos Pereira da Silva, 50, e Flaviana de
Assis Forte, 24, que seriam responsáveis por esconder as armas e as
drogas do grupo comandado por Alysson. Com eles, a Polícia apreendeu
duas pistolas calibre 380, um revólver calibre 38 e 400g de maconha.
Sobreviventes
Segundo o delegado Fábio Torres, nove pessoas escaparam de morrer no
confronto entre as duas facções criminosas. Cinco estavam na residência,
entre elas uma criança de dois anos de idade, filha de Alysson. Os
outros quatro sobreviventes são integrantes do PCC, que participaram do
ataque.
A DHPP ainda não tem informação de quantas pessoas participaram diretamente do confronto e segue nas buscas.
Fonte: Diário do Nordeste
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