Moradores de Salvador, irmãos dizem ter realizado sonho de infância. Trio ficou sabendo resultado na terça, após MEC divulgar aprovados.
O sonho de infância de cada um dos trigêmeos Ingrid, Amanda e Giovanni
Calfa, de 18 anos, que moram em Salvador, virou realidade de uma vez só.
Os irmãos foram aprovados ao mesmo tempo em cursos de medicina -- área
profissional que desde crianças queriam seguir -- em universidades
federais públicas por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que tem como base a nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2016.
Eles ficaram sabendo do resultado na segunda-feira (30), quando foram divulgados os aprovados na primeira lista de 2017 do Sisu.
"A gente estava sob muita pressão, porque não queríamos que apenas um
ou dois passassem. Estudamos muito, sofremos juntos, e seria injusto se
os três não tivessem conseguido ao mesmo tempo. Felizmente, deu tudo
certo e ainda estamos comemorando muito. Na verdade, a ficha ainda não
caiu", disse Amanda, em contado com o G1 nesta terça-feira (31).
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), ao todo, foram 2.498.261
inscritos e 4.880.047 inscrições, já que quase todos os candidatos
fizeram duas opções de curso. Ingrid e Geovanni foram aprovados em
primeira chamada na Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Já Amanda,
foi selecionada na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).
"Na realidade, a gente estava torcendo para que todos pudessem passar
em uma mesma faculdade, mas não deu. A nossa primeira opção era a UFBA
[Universidade Federal da Bahia], pelo fato de ser aqui em Salvador, e aí
não precisaria viajar e ficar longe da família. Mas infelizmente, nesse
primeiro momento não deu para ficarmos juntos", destacou Ingrid.
Após a aprovação, eles saíram para comemorar, pintaram os rostos e
tiraram fotos para postar nas redes sociais, onde receberam dezenas de
mensagens de colegas que os parabenizaram pela conquista.
Os trigêmeos ainda aguardam os resultados das demais listas de chamadas
da UFBA e da UFAL na expectativa de que possam estudar juntos. "A
Amanda ficou com uma nota bem próxima do último colocado que passou na
UFAL e, numa segunda chamada, pode ser convocada, e ir estudar comigo e
com o Geovanni. Estamos esperando. Também vamos aguardar nova chamada da
UFBA, porque se os três passarem a gente fica junto aqui mesmo",
afirmou Ingrid.
Sonho de infância
Filhos de uma administradora e um publicitário, os trigêmeos afirmam que não há médicos na família, mas que, mesmo assim, sempre se identificaram com a área profissional. Eles têm outros dois irmãos mais velhos -- um rapaz de 28 anos, que é formado em arquitetura e atualmente faz engenharia, e uma jovem de 26, que cursa arquitetura.
Filhos de uma administradora e um publicitário, os trigêmeos afirmam que não há médicos na família, mas que, mesmo assim, sempre se identificaram com a área profissional. Eles têm outros dois irmãos mais velhos -- um rapaz de 28 anos, que é formado em arquitetura e atualmente faz engenharia, e uma jovem de 26, que cursa arquitetura.
"O gosto por medicina surgiu da gente mesmo. A minha mãe, por exemplo,
nunca sugeriu que seguíssemos essa ou aquela área, mas sempre apoiou a
nossa decisão de ingressar na área de medicina. A gente foi amadurecendo
e não tinha nenhuma outra área que a gente se identificasse da mesma
forma. Nunca tive dificuldade com nenhuma matéria, mas nunca tive
afeição por exatas ou humanas. Sempre gostei mais de ciências naturais e
também sempre gostei de lidar com pessoas. Não tenho dúvidas de que
escolhemos o curso certo", afirmou Ingrid.
Os irmãos concluíram o Ensino Médio no Colégio Militar Salvador (CMS), no ano passado, e afirmam que sempre estudaram juntos para o Enem.
"A gente passou o ano sofrendo junto. A Ingrid e o Geovanni ainda
tiveram tempo de fazer um curso [pré-vestibular] intensivo antes da
prova, enquanto eu concluía o Ensino Médio. Concluí pouco tempo depois
porque entrei depois deles no Colégio Militar. A gente saía de manhã
para estudar e, às vezes, só voltava à noite. Além disso, também
estudávamos juntos nos finais de semana", conta Amanda.
Os irmãos afirmam que a mãe ficou muito feliz com a tripla aprovação,
mas angustiada pelo fato de que vão se separar. "Ela ficou meio
preocupada porque cada um vai para um canto, mas não esconde a
felicidade com o nosso resultado.Ela viu o nosso
sofrimento, viu que a gente se esforçou muito para chegar a esse
resultado e ficou muito orgulhosa. Para a gente, passar foi uma sensação
indescritível", disse Amanda.
Como os aprovados em primeira chamada devem realizar a matrícula nos
dias 3, 6 e 7 de fevereiro, nas instituições em que estudarão, os
trigêmeos já estão de viagem marcada. "Estamos ainda resolvendo muitas
coisas e vamos viajar domingo para fazer a pré-matrícula", destacou
Ingrid.
Os irmãos contam que ainda não pensaram em qual área da medicina irão
seguir e que vão aguardar um contato maior com a área para decidir os
rumos a tomar. "A gente ainda não parou para pensar se vamos fazer no
futuro uma mesma especialidade. Isso só devemos decidir após conhecer
melhor a área. Muitas pessoas entram no curso com uma ideia e, no
decorrer dos estudos, mudam de planos. Então, vamos deixar isso para
pensar mais para frente", afirmou Ingrid.
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