Investigação apura participação da empreiteira Serveng no Petrolão
Ministro
relator da Lava Jato no STF determinou desmembramento da investigação
que cita senador do PMDB por propina de R$ 800 mil em 2010 (Foto: Nelson
Jr/STF)
O
ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal
Federal (STF), determinou o desmembramento do inquérito contra o senador
e líder do PMDB no Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) e o envio de parte
da investigação que não envolve políticos ao juiz Sérgio Moro,
responsável pela operação em Curitiba.
Esta investigação apura a suposta participação da empreiteira Serveng
no esquema de corrupção instalado na Petrobrás entre 2004 e 2014. Mesmo
sem ser apontada como uma das empresas que teria atuado no cartel que
fraudou licitações na estatal, a companhia foi citada por delatores e é
investigada por suspeita de pagar propinas a políticos por meio de
doações eleitorais.
Agora, a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba vai poder se aprofundar ainda mais sobre o envolvimento da empresa com o esquema.
Apesar de desmembrar parte da investigação, na decisão o ministro
Fachin manteve perante o STF a investigação contra um diretor da
Serveng, por entender que as acusações contra ele estão diretamente
ligadas às acusações a Renan e a seu aliado, o deputado Aníbal Gomes
(PMDB/CE), apontado pela Lava Jato como o ‘porta-voz’ do ex-presidente
do Senado.
Em troca dos valores supostamente recebidos, Renan e Aníbal teriam
oferecido apoio político ao então diretor de Abastecimento da Petrobrás
Paulo Roberto Costa, que mantinha a Serveng em licitações da estatal. Na
denúncia apresentada no ano passado ao STF, o procurador-geral da
República Rodrigo Janot aponta que os contratos da empreiteira com a
estatal cresceram 380% depois que ela fez a primeira doação ao PMDB, em
2010.
A investigação aponta duas doações oficiais ao PMDB, nos valores
de R$ 500 mil e R$ 300 mil, em 2010, operacionalizadas pelo diretor
comercial da Serveng, também denunciado ao STF, e que foram destinadas à
campanha de Renan Calheiros em 2010.
Para a Polícia Federal, há suspeitas de que doações da empreiteira
para outros políticos também tenha sido feita nos moldes do que ocorreu
com Renan, ligadas ao esquema de corrupção na Petrobrás. (AE)
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