Taxa de sobrevida de transplantados, no Ceará é de 95,3%




Desde 2008, ano em que a rede pública passou a realizar o serviço, 301 transplantes de medula óssea foram realizados

A cada ano, o programa de transplantes de medula óssea no Ceará alcança destaque nacional não só pela quantidade de procedimentos realizados, como também pela qualidade de vida obtida a longo prazo por pacientes que recebem o tratamento. De acordo com dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), hoje, a taxa de sobrevida de pessoas transplantadas atinge 95,3%, índice superior à média mundial, estimada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 90%.

Conforme Fernando Barroso, chefe de Hematologia do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), unidade responsável por executar procedimentos no Estado, desde 2008, ano em que a rede pública cearense passou a incorporar o serviço, até agora, 301 transplantes foram realizados. A sobrevida calculada pela Sesa significa que, dois anos após o tratamento, mais de 95% dos pacientes transplantados continuam vivos.

"O número de transplantes que fazemos é satisfatório, mas também existe a questão do resultado. A sobrevida acima de 90% é um desempenho comparável ao de países de primeiro mundo. No Brasil, somos um dos melhores serviços não só em quantidade, mas em qualidade", observa Barroso.

Além dos bons resultados após transplante, o Ceará também avança na etapa anterior ao procedimento. No Estado, os pacientes que entram na fila de espera levam, em média, 90 dias para terem acesso ao tratamento, tempo considerado pequeno pelo chefe de hematologia do HUWC se comparado à demora observada em estados que não disponibilizam o serviço. Além do Ceará, apenas oito unidades da federação realizam transplantes de medula óssea.

Segundo o médico, os índices cearenses são alcançados graças à grande quantidade de doadores existente no Estado (de acordo com o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea, são mais de 164 mil cearenses cadastrados, maior número do Nordeste), e ao trabalho realizado pelas equipes do HUWC e do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), que atuam em parceria. "O transplante de medula óssea é um procedimento de alta tecnologia, que depende de equipes multidisciplinares bem treinadas e um banco de sangue de alto nível. E o nosso estado tem uma hemoterapia com crédito internacional", frisa Barroso.

Luciana Carlos, diretora geral do Hemoce, conta que o órgão é responsável pela coleta, preservação e disponibilização das células da medula óssea dos doadores. Hoje, a estrutura do Centro é referência no País. "Já fomos solicitados pelo Inca (Instituto Nacional do Câncer) para coletar células de doadores de outros estados e para mandar células até para outros países", diz. "Por isso, dizemos que não foram só 301 procedimentos desde 2008. Na verdade, participamos de muitos outros".

Segundo Fernando Barroso, o desafio para as equipes é otimizar as etapas desse processo para reduzir a fila de espera que conta, atualmente, com 99 pessoas. O chefe de Hematologia do HUWC destaca ainda que o aumento do número de transplantes depende da realização constante de campanhas de conscientização. "As campanhas devem ser ininterruptas, porque precisamos informar e sensibilizar a população", diz.

Campanha

A campanha Doe de Coração, promovida pela Fundação Edson Queiroz desde 2003, é forte aliada no estímulo à doação de órgãos e tecidos no Ceará. Realizada em setembro, leva informação à sociedade por meio de matérias jornalísticas e ações junto a escolas, hospitais e empresas.
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Sobre jaguarverdade

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