Sacrifício de 300 cervos por epidemia de tuberculose em safári gaúcho é suspenso pela Justiça

Leticia MoriDa BBC Brasil em São Paulo
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Cervo-vermelho, uma das três espécies que seriam sacrificadas no Pampas Safari

As vidas de centenas de cervos que seriam sacrificados após uma epidemia de tuberculose em um safári no Rio Grande do Sul estão protegidas, ao menos temporariamente, por uma liminar (decisão provisória) judicial expedida nesta quinta-feira.

Agora, autoridades tentam controlar o imbróglio, em meio a uma forte mobilização nas redes sociais contra o abate de cerca de 300 cervos e o risco de contaminação de outros animais e de pessoas da comunidade local.

A liminar, assinada pelo juiz João Ricardo dos Santos Costa, atende a uma ação popular contra o empreendimento privado Pampas Safari, proprietário dos animais, aberta pela deputada estadual Regina Becker (Rede-RS). O parque, cujas atividades foram encerradas neste ano, está localizado na cidade gaúcha de Gravataí - a 30 km de Porto Alegre.

Alguns abates já haviam sido feitos nos últimos dias, e uma nova leva de animais estava prevista para ser sacrificada nesta sexta-feira, o que foi impedido pela decisão judicial.

Também na quinta-feira, a Prefeitura de Gravataí, responsável pelo licenciamento de empreendimentos como o safári, anunciou que a Fundação Municipal de Meio Ambiente da cidade determinou a suspensão imediata de qualquer retirada de animais do interior do parque.
Isolamento de animais

Na ação popular, Becker pediu a proteção dos animais cuja contaminação não é comprovada e o isolamento daqueles que estão doentes - demandas atendidas pelo juiz.

Segundo o Ibama, o Pampas Safari não conseguiu conter a epidemia, descumprindo normas dos órgãos ambientais e sanitários. O espaço chegou a abrigar cerca de 2 mil bichos - além dos cervos, 200 outros animais continuam ali.

De acordo com o Ibama, uma norma do Ministério da Agricultura prevê o abate de animais contaminados para evitar a disseminação da doença, que pode atingir animais nativos não contaminados, rebanhos, servidores e a comunidade no entorno do estabelecimento.

A epidemia foi confirmada pelo laboratório de patologia da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Encerramento

O safári ainda não divulgou qual o destino dos outros bichos. O parque tinha zebras, camelos, hipopótamos, três espécies de cervo, flamingos, emas, emus, avestruzes, capivaras, antílopes, lhamas, macacos-prego, búfalos e cisnes, entre outros.

Se outros animais também estiverem doentes, precisarão ser sacrificados.

A BBC Brasil tentou entrar em contato com os administradores do parque, sem sucesso.

Segundo o Ibama, um grupo formado por representantes do Ministério Público Federal, da Secretaria de Meio Ambiente do Estado e do Ibama acompanha o encerramento definitivo das atividades do safári.

A execução dos bichos estava sendo realizada em um local licenciado e com acompanhamento de veterinários da Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul, afirma o Ibama.
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