POR O GLOBO
Restos de um dos “navios fantasma” na costa de Tsuruoka - 木下リラ / AP
TÓQUIO — O governo japonês reforçou o patrulhamento no litoral norte do país, após um aumento no número de barcos pesqueiros norte-coreanos que chegam à costa. De acordo com a polícia local, 28 “navios fantasmas” foram encontrados à deriva ou encalhados apenas no mês de novembro, contra apenas quatro no mesmo período do ano passado, informa o “Guardian”.
As autoridades acreditam que o motivo para o aumento é que os pescadores se aventuram para mais longe da costa norte-coreana em busca de mais peixes para o país, que tem a economia afetada por embargos econômicos impostos pela comunidade internacional por causa do programa nuclear de Kim Jong-un.
No ano, 64 embarcações norte-coreanas foram encontradas ao longo da costa japonesa, e a maioria dos tripulantes foi encontrada viva. Apenas em novembro, 42 pescadores foram resgatados com vida, mas a polícia encontrou corpos de 18 pessoas.
Apesar de o número de “navios fantasmas” encontrados até agora estar em linha com anos anteriores, o aumento repentino durante o mês de novembro sugere que os pescadores estão se arriscando mais, provavelmente como consequência do embargo. Com os EUA, Japão e aliados tentando sufocar a economia norte-coreana, as exportações de peixe para a China se tornam uma importante fonte de receitas.
O jornal estatal norte-coreano “Rodong Sinmun” destacou a importância do setor em editorial recente, dizendo que a pesca de inverno é crucial para a sobrevivência do país. “Barcos de pesca são como navios de guerra, protegem o povo e a nação. (...) Peixes são como balas e cartuchos de artilharia”.
Para cumprirem as cotas, pescadores navegam com seus barcos mal equipados em mar aberto, e qualquer problema mecânico faz com que as embarcações fiquem à deriva e sejam levadas pela corrente para a costa japonesa. As autoridades japonesas reforçaram a vigilância, temendo que alguns dos barcos tragam espiões.
Dez pescadores de um dos barcos estão sendo investigados após eles terem admitido o roubo de equipamentos elétricos de uma cabana numa ilha deserta onde eles desembarcaram no mês passado. Outros oito sobreviventes de um naufrágio serão enviados de volta à Coreia do Norte, pela China.
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