A condição potencializa um estado inflamatório na pele e, quando persistente, faz com que células imunológicas recebam descarga de hormônios
A prolactina, um hormônio que tem principal função de estimular a produção de leite pelas glândulas mamárias, na pele pode causar aumento da produção de sebo. ( Foto: Divulgação )
Doenças de sintomas físicos e psicológicos podem surgir por conta do estresse eansiedade, e algumas delas são sentidas na pele: eczemas, dermatites, psoríase, urticária, acne e até alopecia. Considerado o mal do mundo moderno, o estresse é constante em todas as faixas etárias e classes sociais, surgindo muitas vezes da constante exigência por superação de metas (e de maneira rápida), sensação de desconforto consigo mesmo e incapacidade com lidar com adversidades.
“Uma pele que vive sobre descargas constantes de adrenalina e outros hormônios como cortisol e prolactina está mais propensa a ter rugas, já que esses hormônios potencializam o estado inflamatório persistente no tecido cutâneo e fazem com que nossas células tenham um tempo de vida e atividade diminuídas, acarretando perda da longevidade”, explica a dermatologista Thais Pepe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia. Estudos recentes indicam que o estresse causa manchas e rugas, além de atuar como um gatilho importante no aparecimento de doenças como acne, eczema e queda de cabelo.
Uma coisa é comum em todas as doenças e no processo de envelhecimento do tecido: a inflamação. A dermatologista argumenta que muitos tipos de células da pele, incluindo células imunológicas e células endoteliais (células que alinham os vasos sanguíneos), podem ser reguladas por neuropeptídeos e neurotransmissores, que são substâncias químicas liberadas pelas terminações nervosas da pele.
“O estresse pode liberar um nível maior dessas substâncias e, quando isso ocorre, pode afetar o modo com o qual nosso corpo responde a muitas funções importantes, como sensação e controle do fluxo sanguíneo. Além disso, a liberação desses produtos químicos pode levar à inflamação da pele”, explica a médica.
Na maioria das vezes, os problemas na pele ocorrem devido a liberação de mediadores inflamatórios e a ativação de mecanismos de defesa que atuam de forma negativa nela. Hormônios como cortisol, são aumentados em pessoas com alto nível de estresse e podem impactar negativamente gerando manchas.
"O cortisol está relacionado com um pró-hormônio denominado POMC (pro-ópiomelanocortina) que induz a formação de melanina (pigmento que dá cor à pele)”, acrescenta. “O estresse também libera catecolaminas, como a adrenalina, conhecida como ‘hormônio da fuga’ que leva a aceleração dos batimentos cardíacos e na pele interfere na produção de melanina, podendo causar manchas e diminuição da produção de colágeno pelos fibroblastos”, pontua.
A especialista esclarece que a prolactina, um hormônio que tem principal função de estimular a produção de leite pelas glândulas mamárias, na pele pode causar aumento da produção de sebo pelas glândulas sebáceas e alterar a defesa natural da pele, além de causar desidratação. “Por conta da inflamação causada pelo estresse, a pele perde elasticidade, torna-se mais seca, flácida, perde o brilho, aparecem as rugas e o processo de cicatrização fica mais lento”, acrescenta.
Cuidados
Segundo a dermatologista, a chave da beleza da pele está no poder que se confere à imunidade. “Como o corpo, a pele também tem um sistema imune com as células de Langerhans, que são as responsáveis pela defesa da pele; mas suas funções decaem com o tempo, exposição solar e principalmente o estresse. O uso de probióticos aumenta a imunidade da pele e é uma das novas abordagens para a diminuição da inflamação e também para restabelecer a função de barreira da pele”, sugere.
A médica pontua que o paciente que sente que sua pele está respondendo negativamente ao estresse deve rapidamente buscar ajuda de um médico especialista que prescreverá o tratamento oral e tópico adequado.
Fonte: Diário do Nordeste.
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