Criminalista há 40 anos e amigo de longa data de Temer, o advogado chegou a ser sondado pelo vice-presidente para assumir a pasta; ele defende Temer no STF no âmbito da Lava Jato
Cotado
previamente para o Ministério da Justiça em um eventual governo de
Michel Temer (PMDB), o advogado Antônio Claudio Mariz de Oliveira
integrou o grupo que assinou o manifesto crítico à Operação Lava Jato e é
defensor do peemedebista no Supremo Tribunal Federal no âmbito da
operação. Considerado um dos mais experientes criminalistas do país e
amigo de longa data de Temer, Mariz negou ter sido convidado
oficialmente pelo vice-presidente, mas afirmou que, se fosse indicado,
iria aceitar o desafio e não iria interferir na atuação da Polícia
Federal, que está subordinada ao Ministério. Após conceder entrevistas
controversas à imprensa, o nome de Mariz foi descartado por Temer,
conforme revelou a coluna Radar Online nesta quarta-feira.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o advogado fez
críticas às delações premiadas no molde em que estão sendo feitas
atualmente. "Sou contra a delação nesses termos e, especialmente, a
delação do preso. Quem está detido não tem vontade, a vontade é sair da
cadeia. A lei fala efetividade e voluntariedade [do acusado]. Ele
ponderou ser favorávei à colaboração "desde que ela se adapte ao
Judiciário brasileiro". Ao jornal, o advogado também disse que a PF
precisa ter outros focos além do combate à corrupção, como o crime
organizado.
O vice-presidente teria ficado contrariado com as declarações, que
reforçavam os ataques petistas de que, se assumisse a Presidência, o
peemedebista agiria para blindar aliados do alcance da Lava Jato
Mariz atua na defesa de Temer nas acusações de que ele teria sido o
"padrinho" na Petrobras de dois alvos do petrolão. O nome dele aparece
na delação do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS). O criminalista
também defende o empresário Lúcio Bolonha Funaro, apontado como suposto
operador do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
e foi advogado do ex-vice-presidente da Camargo Corrêa Eduardo Leite.
Ele deixou a defesa do executivo, depois que este firmou acordo de
delação premiada.
No manifesto crítico à Lava Jato, os advogados, entre eles Mariz e
outros defensores de alvos da Lava Jato, denunciaram a "violação de
regras mínimas para um justo processo" e classificaram a operação como
"uma espécie de inquisição".
Criminalista há cerca de 40 anos, Mariz já foi secretário de Justiça e
Segurança Pública de São Paulo na época do falecido governador Orestes
Quércia (PMDB) e presidente da OAB-SP.
Fonte: (Com Estadão Conteúdo)
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