Ministro foi o tesoureiro da campanha de reeleição de Dilma em 2014. Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da
Presidência, Edinho Silva, reafirmou nesta quarta-feira (4), por meio de
nota, que as acusações do senador Delcídio Amaral (ex-PT-MS) "são
mentirosas". Ele afirmou que sua "indignação alcançou o nível máximo"
diante dos últimos fatos envolvendo seu nome, "no que se refere às
investigações sobre as denúncias de corrupção na Petrobras". "Estamos
vivendo a pior crise política da nossa história, momento em que mentiras
viram verdades, em que muitas vezes as instituições perdem a
racionalidade e o senso comum prevalece. Mas também acredito que a
verdade sempre vence, e que a luz da razão sempre prevalece sobre as
trevas do ódio e do sectarismo", afirmou.
Delcídio disse que, durante a campanha eleitoral de 2014, o atual
ministro da Comunicação Social "esquentou" doações provenientes da
indústria farmacêutica com notas frias e o orientou a fazer o mesmo para
saldar R$ 1 milhão de dívida de sua campanha, com duas empresas, que
receberiam o dinheiro de laboratório farmacêutico.
Edinho foi tesoureiro da campanha de Dilma na última eleição. O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal
Federal pedido para investigar o ministro com base nas informações do
senador em delação premiada.
O ministro disse que jamais manteve relação com os fatos investigados
e que os ataques decorrentes à sua atuação como coordenador financeiro
são infundados. "Atuei de forma ética e legal", reafirmou. Segundo o
ministro, o papel que ele tinha que exercer era o de procurar doadores
em potencial e arrecadar, pedir recursos. "Assim foi feito por mim e por
todos que cumpriram a mesma função, em todas as campanhas presidenciais
de 2014", afirmou, ressaltando que as contas da campanha foram
auditadas pelo Tribunal Superior Eleitoral e aprovadas por unanimidade
pelos ministros da corte.
Em relação à delação, Edinho diz que as acusações, "todas mentirosas,
referem-se à tentativa de caixa 2 na campanha de Delcídio Amaral ao
governo do Mato Grosso do Sul". "Eu jamais mantive qualquer ralação
administrativa com campanhas de candidatos aos governos estaduais. Minha
atuação foi restrita à campanha Dilma 2014."
Edinho explica ainda que procurou a EMS para tentar obter recursos,
mas não teve sucesso e que a empresa disse que faria apenas doações a
deputados e senadores. Segundo o ministro, na mesma época, Delcídio o
procurou buscando apoio financeiro e ele o informou sobre a disposição
da EMS em querer contribuir para "construir relações institucionais com
parlamentares".
"Nunca mais mantive qualquer contato com este assunto. Nunca estive
com as empresas prestadoras de serviços da campanha de Delcídio Amaral,
nem antes, nem durante a campanha. As empresas envolvidas negam a
existência de caixa 2, e o próprio delator afirma que nada se
concretizou. Não existe fato. Nenhuma ilegalidade ocorreu. Se algo
ocorreu, o que todas as empresas negam, eu desconheço por completo",
afirma Edinho.
O ministro disse ainda não aceitar que tentem criar a tese de que
como tesoureiro da campanha pressionou doadores. "Todos os empresários
com quem estive são testemunhas que jamais agi de tal forma. Refuto com
veemência tal tese, construída por delatores em processo de negociação
de delações premiadas, com o objetivo de se safarem de penas e
presídios", afirma.
Edinho rebate também o que classifica como tentativa de criminalizar
doações legais e afirma que todas as empresas que doaram para a campanha
sofreram "uma varredura". "As doações só eram aceitas se nenhuma dúvida
pairasse sobre a mesma."
Fonte: (AE)
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