Dessa
forma, os cientistas teriam que enfrentar grandes desafios para dar o
que seria, a maior notícia da História. Isso porque, se não feita de
maneira correta, ela poderia ser potencialmente perigosa, levando
milhares de pessoas ao suicídio devido ao possível pânico coletivo.
Em
um artigo escrito para a revista Acta Astronautica, cientistas do
Search for Extra Terrestrial Intelligence (SETI) descreveram a
existência de um protocolo para informar as pessoas aqui da Terra, que
elas não estão sozinhas no Universo – sem causar um caos global. Isso
seria feito através de um diálogo saudável e a nível global. Contudo,
conforme relatado pelo jornalista científico Cathal O’Connell para a
revista Cosmos, ninguém sabe realmente como o mundo reagiria a essa
descoberta.
Em
1938, o cineasta Orson Welles causou pânico generalizado após a
transmissão de uma produção radiofônica chamada “A Guerra dos Mundos”,
em que narrava uma falsa invasão marciana. Em 1949, uma versão do mesmo
programa incitou uma série de motins no Equador, levando a pelo menos
sete mortes.
Além
disso, ainda há sempre o risco de a Imprensa reportar de forma errada
ou exagerada sobre a importância de certos “sinais”. Em outubro de 2015,
por exemplo, um planeta extra-solar, recém-descoberto, chamado KIC
8462852, mostrou um padrão de luz estranho. Logo, a mídia começou a
especular que se tratava de algum tipo de “tecnologia alienígena
avançada”.
Como
resultado desses excessos, os cientistas, por décadas, têm se
preocupado cada vez mais sobre a forma certa de dar a notícia de um
possível contato alienígena. Assim, em 1989, a Academia Internacional de
Astronautas, elaborou um conjunto de diretrizes para ajudar a liberar
esse tipo de informação. No entanto, isso foi feito antes de a Internet e
mídias sociais se transformarem nesse método atual de consumo de
notícias.
Contudo,
os pesquisadores Duncan Forgan e Alexander Scholz, da Universidade de
St Andrews, na Escócia, desenvolveram um protocolo mais moderno para a
veiculação desse tipo de informação. Em primeiro lugar, todos os
cientistas envolvidos na descoberta deveriam indicar claramente a sua
metodologia de pesquisa, bem como definir o que a faz ser relevante.
Isso tudo, deve ser feito antes mesmo que a pesquisa comece. E esta
informação deve ser publicada em um formato de mídia que possa ser
acessada facilmente, como a publicação de um blog, por exemplo.
Logo,
se o sinal for detectado, os pesquisadores não o devem manter em
segredo. Isso porque, em caso de vazamento de informações as
consequências seriam graves. Segundo eles, é muito melhor anunciar a
tentativa de detecção, e assumi-la como de origem natural ou humana, até
que se prove o contrário. Os resultados devem ser submetidos a revisão
por pares e apresentados a um jornal ou revistas acadêmicas para
publicação. Assim, a descoberta poderá passar pelas mãos de diversos
outros cientistas para que possa ser verificada.
Entretanto,
o único problema é que essas revisões demoram para serem feitas. No
caso de o resultado não conseguir ser confirmado, os cientistas devem
publicar um anúncio dizendo isso. De outra forma, se verdadeiro, eles
devem iniciar o diálogo a nível global, envolvendo os mais diversos
tipos de plataformas. Além disso, os cientistas devem estar preparados
para as desvantagens da nova “fama”, bem como a ataques cibernéticos.
[ Cosmos Magazine ] [ Foto: Reprodução / YouTube ]
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