Governo quer empurrar para as tarifas de energia dos brasileiros o custo da ineficiência das distribuidoras da Eletrobras que atendem a Região Norte
O
governo quer empurrar para as tarifas de energia dos brasileiros o
custo da ineficiência das distribuidoras da Eletrobras que atendem a
Região Norte. Emendas que aliviam a situação financeira dessas
companhias foram incluídas no relatório da Medida Provisória 706, cujo
objetivo é dar condições para que essas empresas possam renovar seus
contratos de concessão. Estimativas preliminares da indústria apontam
que a proposta pode repassar à conta de luz e ao Tesouro Nacional uma
dívida em torno de 9 bilhões de reais ao longo dos próximos anos.
As sugestões acatadas no relatório são uma das últimas ações do
ex-ministro de Minas e Energia Eduardo Braga (PMDB-AM), que deixou o
cargo e está licenciado do Senado, em mais uma das medidas que, nos
bastidores do setor elétrico, têm sido chamadas de "jabutis amazônicos".
A principal beneficiada da medida seria justamente a Eletrobras
Amazonas Energia, que atua no Estado que é a base eleitoral de Braga.
O governo foi consultado e se manifestou de forma favorável ao
relatório, confirmaram o relator da MP 706, o senador Edison Lobão
(PMDB-MA) e o Ministério de Minas e Energia. Para não perder validade, a
MP 706 precisa ser aprovada na Câmara e no Senado até 31 de maio.
Atualmente, as perdas que as distribuidoras têm com roubo de energia -
os chamados gatos - são parcialmente repassadas para a conta de luz do
consumidor. Para evitar que a empresa seja displicente, aquilo que
ultrapassa uma meta fixada pela Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel) vira prejuízo aos acionistas da companhia.
A proposta que entrou na forma de emenda de Lobão na MP 706 amplia o
limite e o repasse das perdas que as distribuidoras da Eletrobras têm
direito. Com a medida, os clientes dessas companhias passariam a pagar
mais caro por um serviço pior.
Mas, para evitar que esse custo aumente a conta de luz dos usuários
da Região Norte, o texto aumenta o subsídio que as empresas recebem para
comprar combustível para as usinas térmicas. Esse benefício é recolhido
por meio de encargo na conta de luz, cujos gastos são quase que
totalmente financiados pelas tarifas dos consumidores do Sul, Sudeste e
Centro-Oeste, que pagam 4,5 vezes mais que os do Norte e Nordeste.
Fonte: (Com Estadão Conteúdo)
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