O
ex-presidente da República e do Senado, José Sarney, prometeu a Sérgio
Machado, ex-presidente da Transpetro, que ajudaria a evitar o envio do
seu caso para as mãos do juiz Sérgio Moro, em Curitiba. De acordo com
conversa gravada, Sarney estaria preocupado com possível delação
premiada de Machado. "Temos é que fazer o nosso negócio e ver como é que
está o teu advogado, até onde estão falando com ele em delação
premiada", disse.
De acordo o áudio, haveria interesse em uma delação, mas Sarney e
Machado não queriam envolver os advogados. "Temos é que conseguir isso.
Sem meter advogado no meio", disse Sarney, com o apoio de Machado.
"Advogado é perigoso", explicou.
Quando Machado disse a Sarney que o presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), estaria aguardando a decisão dele para marcar um
encontro e que o senador Romero Jucá também estaria de prontidão, Sarney
descartou Jucá, lembrando frase do finado ex-ministro Amaral Peixoto de
que "duas pessoas já é reunião, três é comício".
Em nota, José Sarney disse não ter tido tempo nem o inteiro teor dos
áudios, mas confirma conhecer o ex-senador Sérgio Machado há muito
tempo. "Fomos colegas no Senado Federal e tivemos uma relação de
amizada, que continuou depois que deixei o Parlamento", disse.
"As conversas que tive com ele nos últimos tempos foram sempre
marcadas, de minha parte, pelo sentimento de solidariedade,
característica de minha personalidade. Nesse sentido, expressei sempre
minha solidariedade na esperança de superar as acusações que enfrentava.
Lamento que conversas privadas tornem-se públicas, pois podem ferir
outras pessoas que nunca desejaríamos alcançar", diz a nota.
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