Pecuarista
amigo de Lula e ex-tesoureiro do PT vão fazer acareação nesta segunda
em audiência com Moro no processo sobre empréstimo de R$ 12 milhões do
Banco Schahin ao PT (Foto: Reprodução)
O ex-tesoureiro do PT condenado no mensalão Delúbio Soares e o
pecuarista José Carlos Bumlai, ambos réus na Lava Jato, ficam frente a
frente nesta segunda-feira, 27, diante do juiz Sérgio Moro, em Curitiba.
Personagens do polêmico empréstimo de R$ 12 milhões do Banco Schahin ao
PT por intermédio de Bumlai, os dois vão fazer uma acareação nesta
tarde para esclarecer o episódio que já rendeu duas ações penais na Lava
Jato.
A operação de crédito do banco com Bumlai foi realizada em outubro de
2004, e contou com a participação de Delúbio e Vaccari, segundo o MPF.
Os executivos do banco que fizeram delação e próprio pecuarista admitiu,
após ser preso, que o valor de R$ 12 milhões era destinado ao PT. O
valor nunca chegou a ser quitado e, segundo a Lava Jato, teria sido
compensado por meio da contratação da Schahin, pertencente ao mesmo
grupo empresarial do banco, pela Petrobrás para operar o navio-sonda
Vitória 10.000, em 2009.
A transação financeira já deu origem a uma ação penal contra Bumlai,
os executivos do banco, Vaccari e ex-executivos da Petrobrás. Além
disso, os investigadores descobriram que parte do empréstimo, o total de
R$ 6 milhões, teria sido destinado ao empresário de Santo André, Ronan
Maria Pinto, que teria recebido essa quantia a partir de um complexo
esquema de transações financeiras utilizando intermediários para
adquirir o jornal Diário do Grande ABC e evitar a veiculação de notícias
que relacionassem seu nome à morte do prefeito de Santo André Celso
Daniel.
Esta segunda transação também deu origem a uma ação penal que tem
Delúbio como réu e é nela que o juiz da Lava Jato vai ouvir as
versões do ex-tesoureiro petista, condenado a seis anos e oito meses de
prisão por corrupção e formação de quadrilha, e do pecuarista.
Delúbio recebeu o indulto do STF de sua pena do mensalão em março deste
ano, quando já cumpria parte de sua pena em casa, mas voltou a ser preso
em abril na Operação Carbono 14, a 27ª fase da Lava Jato e que deu
origem à denúncia contra ele.
O ex-tesoureiro do PT nega envolvimento em irregularidades. (AE)
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