Moramos em uma região abençoada por Deus e coberto pelas belezas naturais que poucos têm o direito de usufrui. Até pouco tempo, o saudoso Rio Jaguaribe banhava nosso vale com suas águas exuberantes, levando vida para uma população que se orgulhava em se deliciar no clima quente, mas gostoso que o Velho Jaguaribe nos proporcionava. Com tudo isso, mesmo com tanta escacês que estamos passando, o filho que mora no médio e baixo Jaguaribe, não foge à luta.
Se não temos a nossa maior
riqueza por enquanto que é a água, temos por outro lado uma Natureza singela e
bela, que também sofre com o descaso do homem, mas ainda consegue fazer que o
mesmo retire dela, o sustento. Esta semana, fui agraciado com essas imagens que
muito me chamou a atenção. Apesar de ser neto de um dos maiores vareiros aqui
da região, nunca tive a oportunidade de ver de perto um agricultor cortando as
palhas da carnaúba.
Pra quem não sabe, nossa Região é
rica no setor de exportação de cera de carnaúba, matéria prima usada em dezenas
de produtos de beleza e que é sem soma de dúvidas, uma fonte de renda para o
homem do campo. Da palha tudo se aproveita nada se perde. O pó branco produz um
tipo de cera que é cobiçada pelos produtores de cosméticos. Os olhos das palhas
são usados para fabricar bolsas, vassouras e até mesmo embalagens para bebidas.
Diante a todo esse exposto, pouco
se sabe da vida das pessoas que fazem o corte de palha anualmente. As
carnaubeiras arvores nativa dessa região, sobrevivem vários anos sem chuvas e
mesmo assim, todos os anos, produzem uma grande quantidade de palhas. Essas
palhas são cortadas por cidadãos conhecidos por vareiros que com suas foices
grandes e amoladas, colocam sua vida em risco para fazer a poda da carnaúba.
É uma atividade de muito risco,
pois o contato direto com o sol e o risco de se ferirem com a palha quando
desce em alta velocidade, faz com que esses profissionais sejam tratados como
verdadeiros heróis. O ganho talvez não seja o ideal, mas com certeza ajuda na
despesa da casa. Durante o período chuvoso, as carnaubeiras aproveitam para se
desenvolver com a certeza de que no verão, fará a alegria daqueles que arriscam
sua vida para ganhar o sustento da família.
Moro em Jaguaruana, cidade que
junto com outras cidades aqui do Vale do Jaguaribe faz parte do ciclo da
carnaúba. Nunca tive oportunidade de fazer aquilo que meu avô muito soube
fazer, mas com certeza, hoje estou lisonjeado em poder fazer essa simples
homenagem para estes profissionais. Essas imagens foram feitas aqui no bairro
Alto na manhã da última quinta feira 23, véspera de São João. Parabéns a todos
os que se identificam com essa causa.
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