Investigadores
da Operação Fair Play querem acesso a relatórios da força-tarefa da PF
em Curitiba sobre Odebrecht e miram obra da Copa/14 por suspeita de
superfaturamento de quase R$ 50 milhões (Foto: Divulgação)
O
juiz Sérgio Moro, da Lava Jato, autorizou o compartilhamento de provas
obtidas na operação envolvendo a empreiteira Odebrecht com a Polícia
Federal em Pernambuco para uma investigação sobre a Arena Pernambuco,
construída no Recife para a Copa do Mundo de 2014.
A decisão do juiz da Lava Jato atende pedido dos investigadores
pernambucanos, que querem acesso aos materiais e relatórios da
força-tarefa da Lava Jato sobre a maior empreiteira do País e que podem
contribuir com as investigações sobre a suspeita de superfaturamento no
estádio.
A obra, cujo custo foi estimado em R$ 796 milhões, entrou na mira da
Polícia Federal no ano passado, quando foi deflagrada a Operação Fair
Play para apurar as suspeitas de superfaturamento de R$ 48,7 milhões no
empreendimento construído pela Odebrecht. O contrato com a Odebrecht foi
assinado na gestão do governador Eduardo Campos (PSB), morto num
acidente aéreo em agosto de 2014.
Na ocasião da operação, a PF fez buscas no escritório da empreiteira
no Recife, no Comitê de Gestão Público Privada do Governo de Pernambuco
(CGP), na Arena Pernambuco e em uma residência no bairro de Boa Viagem,
na Zona Sul do Recife.
Na Arena, seis policiais apreenderam documentos e computadores.
Ninguém foi levado para prestar depoimento. Os agentes também buscaram
planilhas de custo e contratos envolvendo a construção de outros três
estádios construídos ou reformados pela empreiteira: Itaquerão (SP),
Maracanã (RJ) e Fonte Nova (BA).
A PF quer comparar os custos das demais obras com os da Arena
Pernambuco, que é o foco da operação. Se forem identificadas
irregularidades também nos outros estádios, as investigações devem ser
ampliadas.
No total, foram cumpridos 10 mandados de buscas e apreensão em Pernambuco, Bahia, São Paulo, Minas Gerais e no Distrito Federal.
Na época, a Polícia Federal disse que a concorrência internacional
que teria sido fraudada foi firmada em fevereiro de 2010. O contrato
suspeito de superfaturamento tem data de junho de 2010, ainda em vigor, e
foi firmado entre o governo de Pernambuco e a sociedade anônima Arena
Pernambuco Negócios e Investimentos S/A – formada pelas empresas
Odebrecht Investimentos em Infraestrutura Ltda e Odebrecht Serviços de
Engenharia e Construção S/A.
O inquérito policial federal foi instaurado em julho de 2014 e aponta
para indícios de organização criminosa para a corrupção de agentes
públicos e obtenção fraudulenta de financiamento junto ao BNDES além da
fraude em licitações.
Atualmente a Odebrecht está em processo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal. (AE)
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