Pela primeira vez, SSPDS reúne 12 meses de estatísticas consideradas confiáveis sobre crimes contra patrimônio
Desde julho de 2015,
quando as estatísticas de roubos e furtos voltaram a ser divulgadas no
Ceará, 120.224 crimes do tipo foram registrados no Estado. Até junho
deste ano, houve, em média, 328 ocorrências por dia.
É a
primeira vez que a Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) reúne 12
meses de estatísticas colhidas com metodologia considerada confiável
pela pasta.
Assim, é possível ter a avaliação da ocorrência desse tipo de crime ao longo de um ano.
Depois
de conseguir, em 2015, a primeira redução de homicídios em mais de uma
década, a atual prioridade do governo Camilo Santana (PT) é diminuir a
quantidade de roubos e furtos.
style="display:block"
data-ad-client="ca-pub-1514761005057416"
data-ad-slot="4504715485"
data-ad-format="auto">
Meta de 6%
Embora
os dados anteriores a julho de 2015 não sejam considerados totalmente
fidedignos, eles passaram a ser referência, desde o segundo trimestre
deste ano, para a meta oficial de redução de roubos e furtos. O
percentual esperado de diminuição caiu dos 20%, estabelecido no início
do programa Em Defesa da Vida, para 6%. O índice é o mesmo escolhido
para os casos de Crimes Violentos Letais Intencionais. O objetivo,
contudo, ainda não foi alcançado.
Entre abril e junho deste
ano, os casos de Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVP), que
incluem todos os tipos de roubo, exceto o latrocínio (seguido de morte),
aumentaram 19%. Eles subiram de 17.053 casos, no segundo trimestre de
2015 para 20.310 entre abril e junho deste ano.
Já os furtos
(quando o bem é subtraído sem violência) diminuíram 5% na comparação
entre os dois períodos. Caíram de 15.565 para 14.710.
Roubos em alta
Quando
se observa os resultados dos últimos 12 meses, em relação ao período
imediatamente anterior, o número de roubos aumentou 13,2%. Entre julho
de 2015 a junho de 2016, foram 67.337 CVPs contabilizados. Entre julho
de 2014 e junho de 2015, haviam sido 59.494.
Já os furtos
apresentaram redução, mas ainda abaixo da meta estipulada. Caíram de
56.038 para 52.887 ocorrências, diferença de 5,6% para menos nos últimos
12 meses, em relação ao intervalo de julho de 2014 a junho de 2015.
Crimes por área
Na
Capital, desde janeiro, houve aumento dos roubos em todos os meses de
2016. Em junho, o crescimento foi de 10%. A situação foi a mesma em
todas as outras regiões do Estado. Na Região Metropolitana de Fortaleza
(RMF), a alta foi de 34%. Já nos Interiores Norte e Sul, o aumento foi
de 8% e 23%, respectivamente. Na avaliação do secretário-adjunto da
SSPDS, coronel Lauro Prado, o resultado decorre da crise no sistema
prisional.
Isso porque, há dois meses, a SSPDS adotou a
estratégia de policiar os 70 pontos com o maior índice de crimes desse
tipo em Fortaleza. O plano, contudo, não foi realizado a contento em
razão dos ataques a profissionais da segurança. Diante dos atentados, as
equipes foram reagrupadas e passaram a atuar em duplas. Assim, houve
locais menos guarnecidos, o que prejudicou a estratégia. As fugas de
presos também foram apontadas como motivos.
“A crise do
sistema penitenciário está impactando nas ações de segurança pública.
Disso não restam dúvidas. Essa situação está demandando o emprego das
Polícias Militar e Civil nas unidades, até porque esses ‘profissionais
do crime’ estão se soltando”, disse Prado. Ele cita ainda o período de
alta estação turística como fator para a elevação dos crimes.
Todavia,
em todos os meses desse ano, os casos de furto apresentaram redução na
Capital, exceto em março, quando houve alta de 2,2%. Em junho, a queda
foi de 12,6%. Também houve redução no Interior Norte e Sul, de 1,7% e
4,8%, respectivamente. Na RMF, houve aumento nas ocorrências, de 7,5%.
Saiba mais
O
programa “Em Defesa da Vida” começou a ser implantado em dezembro de
2013. Foi estabelecida meta de 6% para a redução dos Crimes Violentos
Letais Intencionais, que incluem homicídios e latrocínios. Para crimes
contra o patrimônio, a meta de redução era de 20%. Adotada desde o
último trimestre, foi redefinida em 6%
style="display:block"
data-ad-client="ca-pub-1514761005057416"
data-ad-slot="4447669889"
data-ad-format="auto">
O programa definiu
premiações trimestrais para policiais por cumprimento das metas. A
gratificação varia de acordo com o cargo ocupado e com os locais em que
houve redução.
As estatísticas de CVP e furtos deixaram de
ser divulgadas por 16 meses, a partir de abril de 2014, quando o
Sistema de Informação Policial da Polícia Civil começou a ser
atualizado. A situação foi normalizada em julho de 2015. A SSPDS
acredita que só a partir desde mês as variações em relação ao ano
anterior serão fidedignas, apesar de já serem usadas para efeitos de
meta.
0 comentários:
Postar um comentário