Entre
as críticas ao seu processo no Conselho de Ética, Cunha afirmou que o
relator Marcos Rogério (DEM-RO) atua para ganhar atenção (Foto: Alex
Ferreira/Câmara dos Deputados)
Em defesa apresentada à Comissão de Constituição de Justiça (CCJ)
da Câmara, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) decidiu recorrer à
consciência dos colegas. Se dizendo injustiçado no processo de
cassação, disse nesta terça-feira, 12, que parlamentares indiciados pela
Justiça podem sofrer o mesmo que ele. “Há investigados nesta sala”,
disse. “Hoje sou eu. É o efeito Orloff. Vocês, amanhã”, disse.
A referência do deputado, usada para alertar os colegas sobre o risco
de decidirem contra seu recurso na comissão, vem de uma campanha da
marca de vodca na década de 1980. “Eu sou você amanhã”, dizia a peça
publicitária. O peemedebista reclama de ser tratado como um condenado,
apesar de ter apenas acusações contra seu nome. “Com certeza absoluta,
isso pode ser com qualquer um amanhã”, completou.
Constantemente acusado de atuar para atrasar seu processo de cassação
na Câmara, Cunha disse que os membros do Conselho de Ética erravam
propositalmente os procedimentos regimentais para depois reformar
decisões e culpá-lo pelas manobras.
Entre as críticas, Cunha afirmou que o relator do processo, Marcos
Rogério (DEM-RO), atua para ganhar atenção. “Típica personalidade de que
tem que abrir a geladeira para acender a luz”, disse.
Assim como seu advogado, o peemedebista argumentou que o fato de o
processo ser contra seu nome influenciou os encaminhamentos. “Esta Casa
não pode criar precedentes pela capa do processo”, afirmou. Durante a
fala, a CCJ alcançou o quórum máximo de 66 deputados. (AE)
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