FMI melhora previsões para economia brasileira para o ano e prevê volta do crescimento em 2017 (Foto: EBC)
O
Fundo Monetário Internacional (FMI) melhorou as previsões para a
economia brasileira e agora prevê uma recessão menos severa este ano e a
volta do crescimento em 2017. A projeção é que o Produto Interno Bruto
(PIB) do país tenha contração de 3,3% em 2016, menos do que o previsto
quando o Fundo fez sua reunião em abril em Washington e esperava queda
de 3,8%. Para o ano que vem, a aposta é de expansão de 0,5%, ante
crescimento zero projetado anteriormente, de acordo com relatório de
atualização de projeções divulgado nesta terça-feira.
É a primeira vez que o FMI melhora as previsões para o PIB do Brasil
desde julho de 2012. Desde aquele ano, a cada novo relatório, os
economistas da instituição vinham cortando as estimativas de crescimento
do País, que sempre figurava na lista dos piores desempenhos econômicos
entre as principais economias do mundo.
A avaliação do FMI é que os índices de confiança no País, que
recuaram para mínimas históricas, parecem ter atingido o fundo do poço.
Além disso, a contração do PIB no primeiro trimestre de 2016 foi mais
suave que o previsto, de acordo com o relatório.
"A atividade no Brasil dá alguns sinais preliminares de moderação",
afirma o documento. No ano passado, a economia brasileira teve contração
de 3,8%, o pior desempenho entre os maiores mercados emergentes. O PIB
da Rússia, outro mercado em recessão, registrou queda de 3,7% e este ano
deve cair 1,2%, também menos severo que o estimado anteriormente
(-1,8%).
Apesar da melhora das previsões, o FMI ressalta que a incerteza
política permanece no Brasil e coloca "nuvens" no cenário do país. Pelas
projeções divulgadas hoje, o Fundo está um pouco mais pessimista sobre o
país que o mercado financeiro brasileiro. O Boletim Focus do Banco
Central, que reúne as médias das estimativas, prevê contração de 3,25%
para o PIB do país este ano e avanço de 1,1% em 2017.
A América Latina, por conta da revisão para cima das previsões do
Brasil, também teve as projeções do PIB melhoradas. Em 2016, a contração
deve ficar em 0,4%, ante queda de 0,5% prevista no relatório de abril.
Em 2017, a região deve voltar a crescer, expandindo 1,6%, ante alta de
1,5% do documento anterior. O FMI alerta que entre os fatores de risco
para a América Latina está a epidemia do vírus zika. (AE)
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