Apertados
dentro dos sapatos ou em contato com o solo, os pés, além de suportarem
nosso peso por quase 18 horas por dia, são as extremidades do corpo que
mais sofrem. Eles, no entanto, têm também um importante papel de
“denúncia” de outros problemas em nosso organismo, muitos deles graves,
que vão além de calos, joanetes e unhas encravadas.
A
reflexologia, método baseado na medicina oriental chinesa, trabalha com
a teoria de que as áreas reflexas dos pés correspondem a órgãos,
músculos ou até mesmo glândulas, que, quando estimulado por um
especialista, trazem alívio para diversos males e, consequente, melhora,
podendo evitar a medicação. No Brasil, a técnica é encarada como uma
prática alternativa da terapia holística.
O
estresse, por exemplo, segundo a professora de estética Jussara Lins de
Carvalho, costuma se manifestar no intervalo entre o primeiro e o
segundo dedos, com queimação e dor quando a região é pressionada. “Antes
de optar pela reflexologia, no entanto, é preciso observar como vem
sendo feito o uso dos sapatos. Isso pode indicar muita coisa errada”,
diz.
De modo
geral, a região dos dedos dos pés corresponde à cabeça, mas é possível
visualizar todos os órgãos olhando a planta dos pés, uma vez que todos
os órgãos têm sua zona reflexa correspondente – seja na planta, no dorso
ou na lateral do pé (veja mais no infográfico).
Por
exemplo, se o dedão apresentar algum crescimento ou inchaço, isso pode
ser indício de gota, causada pelo acúmulo de ácido úrico no sangue. No
caso de quem tem joanetes, essa zona afetada corresponde à região
superior das costas e pode indicar algum problema cervical. Já as fendas
ou calos nos calcanhares podem estar refletindo algum problema
intestinal.
O
inchaço e a mudança no formato das unhas pode ser sinal de problemas
cardiovasculares, gastrointestinais e até nos pulmões. Já a falta dos
pelos indica má vascularização. Unhas com manchinhas esbranquiçadas
mostram que a pessoa está com falta de oxigenação – sinal muito comum em
fumantes, segundo o podólogo Magno Braz Silva Queiroz.
Para
melhorar os sintomas e promover o reequilíbrio do organismo, antes da
reflexologia é feita uma higienização, um escalda-pés com ervas e, por
fim, a utilização de cremes e óleos para preparar a pele, conforme
explica a massoterapeuta e esteticista Érica Silva Nunes. “A massagem é
feita basicamente com pressão e descompressão da região mais afetada.
Trabalhamos pressionando, tonificando ou sedando alguns pontos na região
plantar”, explica.
Cada
sessão dura 45 minutos, e, em alguns casos, bambus e pedras também
podem ser utilizados para pressionar os pontos-chaves e aumentar o
relaxamento. Dependendo da situação do paciente o tratamento pode durar
até dez sessões.
Saúde.
No inverno, patologias como micoses e calosidade são mais comuns –
diferentemente do verão, quando o uso de sandálias leva ao maior
ressecamento e fissuras nos pés. Por isso, é bom cuidar da hidratação
dos pés em todas as estações do ano.
Segundo
Queiroz, os pés devem ser hidratados pelo menos uma vez ao dia com
cremes específicos para a região. Os mais recomendados são os produtos
com concentração de ureia a 10%.
“É
importante observar se as unhas estão saudáveis, a cor da pele, se há
ressecamento dos pés, bem como a transpiração. Além disso, é sempre bom
andar descalço, principalmente as crianças de até 5 anos, para não
prejudicar a formação do arco plantar”, orienta o podólogo.
Raio X dos pés
Estrutura. O pé humano tem26 ossos, 114 ligamentos e 20 músculos.
Funções primordiais. Suportar o peso do corpo na posição de pé ou durante a marcha e atuar como alavanca propulsora na locomoção.
Principal meio de transporte. Nossos pés nos carregam numa jornada de 128 mil quilômetros ao longo de toda a vida.
Pressão. Por volta dos 50 anos, ficamos 80% mais susceptíveis ao desenvolvimento de artrite do pé e do tornozelo.
Programação
Evento. Termina
hoje o Congresso de Podologia, que é parte da programação da 13ª
Professional Fair – Feira Profissional de Beleza, que está sendo
realizada no Expominas, em Belo Horizonte.
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