Os três se reuniram em um restaurante de Brasília onde o ministro da Educação comemorava aniversário.
Com 120 deputados, o bloco formado pelos partidos da "antiga
oposição" ao governo Dilma Rousseff - PSDB, PSB, PPS e DEM - deve fechar
apoio à candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ) pela presidência da
Câmara. Maior partido da frente, o PSDB, com 55 deputados, decidiu não
lançar um nome, mas será o fiel da balança no processo, após o candidato
Júlio Delgado (PSB-MG) sinalizar que desistirá de concorrer.
Na noite desta terça-feira, 12, o presidente do PSDB, senador Aécio
Neves (MG), se reuniu com o presidente em exercício Michel Temer e com
Agripino Maia (RN), presidente do DEM, no restaurante Le Jardim du Golf,
onde o ministro da Educação, Mendonça Filho, comemorava o aniversário
com líderes e parlamentares.
Segundo interlocutores, Temer está preocupado com a candidatura de
Marcelo Castro (PI) pelo PMDB. Aliados dizem que o Planalto deve agir
hoje para "desidratar" a candidatura do peemedebista.
Tucanos presentes no aniversário avaliam que a entrada do ex-ministro
de Dilma Rousseff na disputa acabou facilitando a construção da unidade
no bloco da "antiga oposição". O PSDB resistia à ideia de apoiar um
nome identificado com o Centrão, frente partidária construída pelo
ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e rejeita a candidatura
de Castro, que votou contra o impeachment de Dilma.
Resistência
O nome de Delgado havia sido escolhido na noite de segunda-feira pela
bancada do PSB, que soma 34 deputados. A decisão levou o então
candidato Heráclito Fortes (PI) a sair da disputa. "Se tiver alguém com
mais força para vencer o candidato do Cunha, eu saio", dizia Delgado à
tarde.
Os tucanos passaram o dia reunidos e foram interrompidos várias vezes
pelo assédio dos candidatos à presidência da Casa. Pelo menos sete dos
14 postulantes ao mandato-tampão foram até a sala de reuniões da
liderança do PSDB.
A conversa mais longa aconteceu com Maia, que foi acompanhado do
prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). Ao chegar ao local, ele teve de
esperar em outra sala da liderança o fim da visita de Beto Mansur
(PRB-SP) para entrar na reunião. Todos prometeram apoiar o PSDB na
disputa pela presidência da Casa em fevereiro. (AE)
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