Pesquisa nacional inédita revela percepção e conhecimento da sociedade sobre o tráfico de mulheres (Foto: Reprodução)
Pesquisa
nacional inédita revela que 96% das pessoas acreditam que há tráfico de
mulheres no Brasil. Realizado em parceria da Associação Mulheres pela
Paz e o Datafolha Instituto de Pesquisas, o levantamento aponta ainda
que 82% dos entrevistados avaliam que isso ocorra em sua própria cidade,
o que, para a associação, descarta a crença vigente de que o tema é
lenda urbana ou assunto fictício de novela.
O tráfico de seres humanos é a terceira maior atividade criminosa do
mundo, superada apenas pelo tráfico de armas e drogas. Calcula-se um
lucro anual de quase 32 bilhões de dólares. Aproximadamente 83% das
vítimas são mulheres, a maioria para fins de exploração sexual, entre 18
e 29 anos, pobres e com baixa escolaridade. Dentre as demais
finalidades, estão o trabalho análogo à escravidão, adoção ilegal de
crianças e adolescentes - que inclui servidão doméstica - e venda de
órgãos. Cerca de 2,4 milhões de pessoas são traficadas por ano,
mundialmente.
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Os resultados completos da pesquisa serão divulgados em evento no dia
29 de julho, com a presença de lideranças brasileiras que atuam na rede
de enfrentamento à violência contra a mulher, de ONGs, órgãos
governamentais e universidades.
O Brasil é considerado país de origem, destino e circulação,
envolvendo ao menos 241 rotas nacionais e internacionais, conforme
revelou, em 2002, a Pesquisa Nacional sobre Tráfico de Crianças,
Mulheres e Adolescentes para Fins de Exploração Sexual. Foi em 2004, que
o governo brasileiro ratificou o Protocolo de Palermo e passou a adotar
medidas visando enfrentar a grave questão.
Para a pesquisa, foram entrevistadas 1.585 pessoas na etapa
quantitativa, de oito capitais brasileiras: Florianópolis/SC (região
Sul); Belo Horizonte/MG, Rio de Janeiro/RJ e São Paulo/SP (região
Sudeste); Goiânia/GO (região Centro-Oeste); Natal/RN e Fortaleza/CE
(região Nordeste); e Belém/PA (região Norte).
Os recursos para este projeto são provenientes de uma emenda
parlamentar de 2014, de Luiza Erundina de Sousa, deputada federal pelo
estado de São Paulo, viabilizada pela Secretaria Especial de Políticas
para as Mulheres, do Ministério da Justiça.
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