Pela previsão de Padilha, Temer deverá contar com ampla maioria para continuar no comando do país (Foto:Lula Marques)
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou em
entrevista à Rádio Estadão a expectativa do governo interino de Michel
Temer (PMDB) com a votação final do processo de impeachment da
presidente afastada, Dilma Rousseff (PT) no Senado. “Deveremos ter entre
60 e 63 votos a favor do impeachment”, disse o ministro, emendando:
“Sendo conservador, deveremos ter 61 votos.”
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Apesar da previsão, Padilha disse que o governo respeita a
independência dos poderes e que o impeachment é questão do Senado. Mas,
pela sua previsão, Michel Temer deverá contar com ampla maioria para
continuar no comando do País.
Segundo o ministro-chefe da Casa Civil, ao tornar-se definitivo, o
governo Temer será ainda mais objetivo para executar as ações
necessárias para recolocar o País na rota do crescimento. “Governo
enquanto interino deixa interrogações, é natural”, afirmou. “Com governo
definitivo, teremos de conter a expansão da dívida pública e reformar o
nosso sistema previdenciário”, disse.
Olimpíadas
Na entrevista ao vivo à Rádio Estadão, encerrada na manhã desta
segunda-feira, 22, ele também fez um balanço dos jogos olímpicos no Rio
de Janeiro. Na sua avaliação, o balanço das olimpíadas é “altamente
positivo”. “Fizemos muito com pouco dinheiro (e mostramos) que o
brasileiro é responsável e acolhedor”, afirmou.
Padilha justificou a ausência do presidente da República em
exercício, Michel Temer, na cerimônia de encerramento ontem à noite
afirmando que situação semelhante aconteceu nos jogos de Londres e
Pequim. “Ele (Temer) apenas seguiu o protocolo.”
Ao falar do balanço que considera positivo, o ministro disse que os
jogos apresentaram índice de segurança próximo de 90% e nos aeroportos, a
pontualidade foi de mais de 95%. E repetiu: “Fizemos muito com pouco
dinheiro.”
O ministro também afirmou que os jogos olímpicos permitiram mostrar
ao mundo que o Brasil tem capacidade de atrair investimento estrangeiro
com segurança jurídica. E argumentou que o governo tem trabalhado para
mostrar que pode-se investir no Brasil com segurança jurídica.
Impostos e Previdência
O ministro-chefe da Casa Civil declarou que “já está descartado
aumento de impostos com este novo orçamento”. Afirmou que a reforma da
Previdência é absolutamente necessária. E argumentou que todo dinheiro
do orçamento será pouco para aposentadorias, se não tiver uma reforma na
previdência pública. “Além de estancar a dívida, temos de reformar
nosso sistema previdenciário”, afirmou.
“O governo vai mostrar que se não alterar o sistema previdenciário,
não haverá dinheiro para bancar (as aposentadorias)”, afirmou. O
ministro garantiu, entretanto, que quem já tiver “direito adquirido” não
precisa se preocupar, porque o governo levará em conta um período de
transição. “Respeitaremos (esse período)”, frisou.
Padilha destacou que o governo está trabalhando com a idade mínima de
65 anos e que essa alteração será implementada mediante um período de
transição. “O Brasil envelheceu e não criou riqueza para “manter os
idosos com dignidade”.
O peemedebista afirmou ainda que o governo tem como objetivo tornar
sustentável o sistema previdenciário. Segundo ele, a reforma da
previdência faz parte do ajuste nas contas públicas e na trajetória da
dívida.
Cunha
Padilha disse também na entrevista à Rádio Estadão que o governo
acompanha o julgamento do presidente afastado da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), da mesma forma que observa o de Dilma Rousseff
(PT). A votação final do processo de impeachment da petista começa no
dia 25 de agosto.
Ele comentou que, assim como a votação do processo de Dilma, o
julgamento de Cunha também é uma questão do Legislativo. “O partido
(PMDB) não pode ser responsável por Cunha”, afirmou o ministro,
destacando que o ideal seria que ele pudesse comprovar que as denúncias
contra ele não se sustentam. (AE)
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