Lula é alvo em três inquéritos principais da Lava Jato, sua mulher e filhos também são investigados.
A Polícia Federal intimou a ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula
da Silva e o filho mais velho do ex-presidente Lula, Fábio Luíz Lula da
Silva, para prestarem “esclarecimentos” sobre a compra e reformas no
Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), investigado pela força-tarefa da
Operação Lava Jato, em Curitiba. Foram intimados ainda os donos oficiais
do imóvel, os empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna – ambos
sócios da família.
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“Queira Sr. Escrivão intimar para prestar esclarecimentos acerca dos fatos investigados no presente IPL as pessoas de Marisa Letícia Lula da Silva, Fábio Luís Lula da Silva, Jornas Leite Suassuna e Fernando Bittar”, registra despacho do delegado Márcio Adriano Anselmo, do dia 4.
Lula é investigado em três inquéritos principais na força-tarefa da Lava Jato em Curitiba: um sobre a compra e reforma do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), sobre compra e reforma do tríplex do Edifício Solaris, no Guarujá, e sobre recebimentos do Instituto Lula e da empresa LILS Palestras e Eventos – do ex-presidente.
Oficialmente Marisa Letícia e o filho não receberam a intimação, para que seja marcada uma data para oitiva. Nesta segunda-feira, o escrivão da PF informou nos autos que no dia 4 entrou em contato com o escritório do advogado Cristiano Zanin, que defende a família Lula, e comunicou a necessidade de intimar a ex-primeira-dama e seu filho Fábio Luis. Ele informou que nesta segunda fez novo contato telefônico com a defesa, mas não obteve retorno.
Denunciado
No Supremo Tribunal Federal (STF), ele foi denunciado há dez dias
por tentativa de obstrução às investigações da Lava Jato, junto com o
ex-senador e ex-líder do governo Delcídio Amaral. Os dois teriam tentado
pagar para que o ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró não fizesse
delação premiada.
A Lava Jato considera ter elementos para apontar que o sítio e o tríplex, apesar de estarem registrados em nome de terceiros, eram de Lula – beneficiário de recursos de propina da Petrobrás. Para os delegados e procuradores, a compra e a reforma dos imóveis envolveram empreiteiras do cartel que fatiavam obras na Petrobrás, mediante pagamentos de propinas para PT, PMDB e PP.
Laudo produzido pela PF, neste inquérito sobre o sítio, apontou que o imóvel foi reformado em duas ocasiões pelas empreiteiras OAS e Odebrecht, com a participação direta de outro alvo da Lava Jato, o pecuarista amigo de Lula José Carlos Bumlai.
A cozinha gourmet do sítio de Atibaia, por exemplo, custou R$ 252 mil, com reforma realizada em 2014. A execução da obra, diz o laudo, “foi acompanhada por arquiteto da empreiteira OAS, sr. Paulo Gordilho, e, segundo suas comunicações, com orientação do ex-presidente Lula e sua esposa”.
“Considerando os dados colhidos no âmbito da Operação Lava Jato, há elementos de prova de que Lula participou ativamente do esquema criminoso engendrado em desfavor da Petrobrás, e também de que recebeu, direta e indiretamente, vantagens indevidas decorrentes dessa estrutura delituosa”, afirmaram os procuradores da República, em manifestação apresentada ao juiz federal Sérgio Moro, em resposta à um pedido da defesa do ex-presidente para que o magistrado se julgue incompetente para o caso. (AE)
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