Partidos se articularam para alterar pontos do parecer de Onyx
Partidos
se articularam para alterar pontos do parecer do relator do pacote de
medidas contra a corrupção, Onyx Lorenzoni (Foto: EBC)
Propostas
que na visão de procuradores e magistrados têm potencial para
enfraquecer as investigações, especialmente a Operação Lava Jato,
avançaram nesta quarta-feira, 16, no Congresso Nacional. Na Câmara dos
Deputados, partidos se articularam para alterar pontos do parecer
apresentado por Onyx Lorenzoni (DEM-RS), relator do pacote de medidas
contra a corrupção.
Um grupo de parlamentares ameaça apresentar um relatório paralelo
para tornar explícita a anistia ao caixa 2 cometido até a publicação de
uma nova lei que criminaliza a prática. Deputados também articulavam a
mudança de integrantes da comissão e o retorno ao texto do endurecimento
das regras de punição a juízes, procuradores e promotores.
A movimentação na comissão da Câmara gerou reação do procurador
Deltan Dallagnol, que no Facebook acusou "lideranças partidárias" de
"manobras" de última hora. "Isso é um desrespeito com os mais de 2
milhões de brasileiros que assinaram o projeto de iniciativa popular",
disse o coordenador da força-tarefa em Curitiba.
A articulação contra o parecer de Lorenzoni acabou por adiar a
votação do texto da comissão especial. Havia a previsão era que a
proposta fosse votada nesta quarta mesmo no plenário da Casa. O local
acabou sendo invadido à tarde por de cerca de 50 pessoas - manifestantes
que se intitularam de direita e disseram que tinham como bandeiras a
intervenção militar, o combate à corrupção e o apoio ao juiz Sérgio Moro
e à Lava Jato.
A invasão gerou tumulto e brigas no plenário. O ato organizado pelo
aplicativo do WhatsApp ocupou a Mesa Diretora da Casa e pedia o
fechamento do Congresso. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
ameaçou determinar a prisão dos invasores.
Na outra Casa legislativa, o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), acelerou a tramitação do projeto que modifica a lei de abuso
de autoridade e agendou a votação da proposta diretamente em plenário no
dia 6 de dezembro. O senador Roberto Requião (PMDB-PR) foi anunciado
como relator do projeto. (AE)
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