Ministério Público quer derrubar lei gaúcha que exclui punição por maus-tratos durante ritos
STF avalia se sacrifício faz parte da liberdade de culto
Brasília. Após condenar a realização das vaquejadas no
país no mês passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) irá julgar uma
outra ação que promete gerar polêmica e colocar em campos opostos
defensores dos animais e os fãs de tradições culturais brasileiras. Isso
porque, de acordo com o site de notícias G1, o ministro Marco Aurélio
Mello liberou, na semana passada, para ser decidido pelo plenário da
Corte um processo movido pelo Ministério Público gaúcho que discute o
sacrifício de animais em rituais religiosos de origem africana.
Caberá agora à presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, marcar uma data para o julgamento.
Na ação, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) busca derrubar trecho de uma lei gaúcha que livra de punição por maus-tratos aqueles que usam animais em cultos e liturgias das religiões de origem africana em práticas de sacrifícios, como acontece no candomblé.
A lei foi aprovada em 2004 pela Assembleia Legislativa do Rio Grande Sul.
Segundo o G1, o Ministério Público tentou primeiro derrubar a exceção dada às religiões africanas junto ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), mas teve o pedido negado. O MP, então, recorreu ao STF em 2006, para tentar novamente derrubar esse trecho da lei, que permanece em vigor.
A decisão a ser tomada pela Corte valerá apenas para o Rio Grande do Sul, mas como será proferida pela mais alta Corte do país, poderá criar um entendimento que influencie outros tribunais de instâncias inferiores.
Maus-tratos. No Brasil, é considerado crime, com
prisão de três meses a um ano, os mau- tratos a animais. A grande
discussão no STF é saber se a liberdade de culto deve prevalecer nesses
casos.
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