Procurador avisa que corrupção atinge da esquerda à direita
Segundo
o procurador, as delações da Odebrecht confirmarão que a corrupção,
descoberta na Petrobras, existe em todos os níveis de governo,
envolvendo partidos de esquerda e direita (Foto: Rodolfo Buhrer/Estadão
Conteúdo)
O
procurador Regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, um
dos principais negociadores das delações premiadas e leniências da
força-tarefa da Operação Lava Jato, afirmou que as revelações de
executivos e ex-executivos da Odebrecht vão provocar um “tsunami” na
política brasileira.
Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o decano da
força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, disse ainda que as delações
confirmarão que a corrupção, descoberta na Petrobras, existe em todos os
níveis de governo, envolvendo partidos de esquerda e direita. “A
corrupção está em todo sistema político brasileiro, seja partido A,
partido B, seja partido C. Ela grassa em todos os governos”.
“É um grande caixa geral de favores que políticos fazem através do
governo, e em troca recebem financiamento para si ou para seus partidos e
campanhas. Funciona em todos os níveis, exatamente igual”, diz Santos
Lima, que defende o fim do sigilo para a maior parte da delação da
Odebrecht. “Isso vai ser revelado bem claramente quando os dados das
colaborações e da leniência da Odebrecht forem divulgadas – e, um dia,
serão.”
O procurador negou que a Lava Jato realize “prisões em excesso”,
disse que grupos políticos deixaram de apoiar as investigações após o
impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, e que reformas nas regras
penais do País – como as propostas no pacote das 10 Medidas contra a
Corrupção – não podem existir sem uma reforma política.
“A classe política tem que perceber que a sobrevivência dela depende
dela mudar seus próprios atos. Se o sistema mudar, aqueles que vierem a
sobreviver ao tsunami de revelações, quem sabe encaminhe o Brasil para
um País melhor”, afirmou Santos Lima.
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