Presos voltam a se rebelar e incendeiam celas na CPPL 2, em Itaitinga

Sindasp diz que a unidade sofre com a superlotação, com mais de 1.800 detentos. Oito presidiários ficaram feridos.

Por Valdir Almeida, G1 CE
Presos fazem motim na CPPL2 em Itaitinga

Presos queimaram colchões e quebraram celas em um motim que acontece desde a tarde de terça-feira (13) na Casa de Privação Provisória de Liberdade Professor Clodoaldo Pinto (CPPL II), em Itaitinga, Região Metropolitana de Fortaleza. Conforme a Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), oito detentos ficaram feridos. A superlotação na unidade e tentativas frustradas são alguns dos motivos para os detentos terem se rebelado, segundo o Sindicato dos Agentes e Servidores Públicos do Sistema Penitenciário do Estado do Ceará (Sindasp).

O motim começou durante a tarde, quando presos destruíram algumas celas e queimaram colchões e outros objetos nas quadras da unidade, dificultando a intervenção unidade. Imagens do interior do presídio mostram o fogo atingindos as celas.

A Sejus informou que agentes penitenciários plantonistas e equipes do Grupo de Ações Penitenciárias Especiais (Gape) foram acionados e conseguiram controlar momentaneamente a situação. Já nesta manhã, os presos voltaram a entrar em conflito e danificar as dependências do presídio. A fumaça de um princípio de incêndio causado pelos colchões queimados ainda estava presente na unidade nesta manhã.
Presos queimaram colchões e provocaram um princípio de incêndio durante um motim da CPPL2 (Foto: Reprodução/TV Verdes Mares)

Conforme o presidente do Sindasp, Valdemiro Barbosa, os presidiários que se rebelaram na CPPL2 são de uma mesma facção criminosa e estão soltos dentro do presídio. Segundo o sindicato, com o número reduzido de agentes penitenciários não é possível evitar conflitos no complexo prisional. Barbosa diz que a CPPL2 é uma das unidades que sofrem com a superlotação.

"É uma insubordinação generalizada, difícil de ser controlada. São mais de 1.800 presos soltos dentro desta unidade (CPPL2) para um quadro de apenas 8 agentes por plantão. Esses presos são todos de uma mesma facção que foram reunidos para evitar conflitos com rivais. Em princípio funcionou, mas devido a superlotação não tem como".

O Sindasp acrescentou que foram encontrados túneis dentro da unidade penitenciária e que fugas dos presos foram frustradas. Segundo Valdemiro Barbosa, esse também seria um dos motivos para que os detentos iniciassem o motim e destruíssem as celas.

"Foi encontrado um grande túnel no local essa semana e outras fugas foram evitadas, mesmo com esse baixo efetivo. Mas, infelizmente, alguns (túneis) não chegam ao nosso conhecimento. Se eles (presos) ficam na unidade, eles querem fugir e vão tentar de todo jeito".

Reforço policial

A Secretaria da Justiça informou que equipes do Grupo de Ações Penitenciárias Especiais (Gape) e do Batalhão de Choque da Polícia Militar foram chamadas para reforçar a segurança e contornar a situação no presídio. Carros do Corpo de Bombeiros conseguiram controlar o fogo.

Por volta das 9h30, agentes penitenciários da unidade prisional, do Núcleo de Segurança e Disciplina (Nused) e do Grupo de Ações Penitenciárias Especiais (GAPE) haviam controlado algumas vivências. Policiais militares do Batalhão de Choque e do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da PM entraram para controlar as demais. Apesar do fogo, os danos nas celas foram pequenos, conforme a pasta.

Em nota, a Sejus ressaltou que os presos que ficaram feridos foram levados para o hospital. Outros detentos tiveram pequenos ferimentos e foram tratados na própria unidade prisional.

Manifestação

Familiares de presos realizaram uma manifestação e bloquearam momentaneamente uma das faixas da rodovia BR-116, na altura do quilômetro 27, nas proximidades do complexo prisional de Itaitinga. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) disse que os familiares saram pneus, cones e paus para bloquear o trecho.

Equipes da PRF foram acionadas ao local para verificar o ocorrido e liberar o fluxo de veículo. Não foram registrados acidentes.

Histórico

Em maio do ano passado, foi registrada uma série de rebeliões em presídios do Ceará. Presos tiveram os corpos carbonizados e foram registradas fugas e celas destruídas. Após a realização de exames feitos pela Perícia Forense, Sejus confirmou o número final de 14 mortos nos conflitos.

O então titular da Sejus, Hélio Leitão, informou que o custo da reforma em cada unidade prisional danificada era de R$ 1,5 milhão, considerando apenas a estrutura física.

As rebeliões ocorreram durante e após a greve dos agentes penitenciários. Segundo a Secretaria da Justiça, a motivação dos conflitos foi a suspensão das visitas nas unidades prisionais. De acordo com a Polícia Militar, os detentos quebraram cadeiras, grades, armários e queimaram colchões em diversos presídios.
Presos incendiaram colchões da CPPL durante as rebeliões de maio de 2016, em Itaitinga (Foto: Arquivo Pessoal)
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Sobre jaguarverdade

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