Parte de uma carga de 14 mil cartuchos de fuzil 7.62, furtada de um dos quartéis da 10ª Região Militar (10ª RM), foi recuperada pelo serviço de inteligência do Exército e da Secretaria da Segurança Pública do Ceará (SSPDS). Pelo menos dois soldados do Exército estariam presos desde a semana passada, em Fortaleza, apontados como os autores do crime.
Um dos militares teria trocado a munição por uma moto e um imóvel com integrantes da facção criminosa GDE. O POVO entrou em contato, na manhã de ontem, com o comando da 10ª RM e enviou um e-mail com dez perguntas sobre o caso. Até o fechamento desta edição, o comando do Exército em Fortaleza não retornou com as respostas.
O furto das 14 mil munições teria sido descoberto por acaso. Foi quando um contingente do Exército, lotado no 23° Batalhão de Caçadores (23º BC), teve de ser deslocado para o Rio Grande do Norte por causa da greve de policiais militares, civis e bombeiros do estado potiguar .
Ao disponibilizar o armamento para uma tropa de pelo menos 800 homens, militares notaram que milhares de cartuchos haviam sido desviados. Também há a suspeita, não confirmada pela 10ª RM, de que um dos soldados teria levado outras munições além dos cartuchos de 7.62 e algumas armas.
O Exército teria registrado um Boletim de Ocorrência (BO) sigiloso e abriu um inquérito Policial Militar (IPM) para investigar como a munição saiu da unidade militar sem que ninguém notasse qualquer movimentação suspeita.
A munição, levada do paiol (depósito de arma) de um quartel do Exército em Maranguape, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), tem poder de dilacerar e é capaz de perfurar um veículo blindado.
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