Relato faz parte do inquérito que investiga os abusos sofridos pela menina durante quatro anos. Suspeito é o padrasto da vítima, um missionário de 55 anos.
Por Viviane Machado, G1 ES
Menina que sofreu abuso sexual de padrasto por quatro anos escreve sobre o 'amor' (Foto: Divulgação/ Polícia Civil)
“Amor. Isso é uma coisa que tiraram de mim sem dó, sem piedade. Como se eu fosse um objeto sem sentimento”. É assim que uma menina de 12 anos, que disse para a polícia que foi abusada pelo padrasto desde os oito anos, descreve a palavra amor.
O relato emocionante faz parte do inquérito que investiga os abusos sofridos pela menina durante quatro anos. O suspeito é um missionário de 55 anos, que vive com a vítima, a mãe dela (uma mulher dependente química) e a filha do casal, uma outra menina de sete anos.
O delegado Lorenzo Pazolini, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, contou ao G1 que a denúncia do crime aconteceu quando o irmão da menina por parte de pai chegou em casa para visitá-la e flagrou os abusos.
“Em uma das oportunidades, ele flagrou o momento em que ela estava sozinha com o suspeito. Ele estava de cueca, abraçado a ela na cama”, relatou o delegado.
Os abusos, segundo a polícia, aconteciam durante a manhã, momento em que a filha dele estava na escola. "Enquanto uma estudava, a enteada era abusada dentro de casa. A vítima estudava à tarde", disse o delegado.
Pazolini contou ainda que o suspeito retirou a porta do quarto da menina para facilitar os abusos sexuais. “Durante esses quatro anos, ele retirou a porta do quarto da vítima porque ela se trancava dentro do quarto. Ele tirou para ter um acesso mais rápido”, completou o delegado.
Suspeito nega
À polícia, o missionário negou que tenha cometido os abusos. “Ele negou os abusos, mas admitiu que mesmo sendo missionário usa drogas em menor quantidade que a mãe das meninas”.
Por ser dependente química, a mãe da vítima não prestou depoimento formal à polícia.
O suspeito foi preso na terça-feira (16) e encaminhado para o Presídio Estadual de Vila Velha V, no Complexo de Xuri.
Desenho
O desenho feito pela menina, que indica o que ela pensa sobre o amor, foi feito depois que ela foi acolhida por equipes da DPCA.
“Os psicólogos iniciam um trabalho com a vítima e a partir daí são produzidos relatórios e atividades. A primeira coisa é fazer a criança superar o trauma”, explicou o delegado.
Para Pazolini, o desenho feito na atividade demonstra claramente os abusos que a menina sofreu.
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