O Rio
Jaguaribe nasce na serra da Joaninha, no município de Tauá e deságua no
Atlântico no limite dos municípios de Aracati e Fortim. É o maior curso de água
do território cearense com 610 km de extensão. Como todo curso de água
cearense, o rio sofre influência das precipitações pluviométricas, sendo suas
descargas máximas observadas na época das chuvas (janeiro a julho), bem como
das marés as quais impedem que o mesmo sofra uma interrupção no seu curso
inferior durante a época da seca.
Olhar para
essas imagens e ver nosso Rio Jaguaribe nesta situação, o sentimento que nos dá
é como se estivesse vendo um pai de família partindo e deixando órfã uma
família. Pra quem não sabe, a grande maioria das famílias de Jaguaruana tem uma
ligação de sobrevivência com esse Rio. Quem de nós não nos alimentou com
legumes, frutas, verduras, peixes e crustáceos produzidos pela água deste
afluente?
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Há muitos
anos atrás, o Rio Jaguaribe era conhecido como o maior rio seco do mundo, vindo
a mudar sua história logo após a construção do açude Orós que com suas águas acumuladas
no período chuvoso, alimentava o rio durante o período de verão, o tornando assim
como rio perenizado. Nos anos 80, com apenas o Orós alimentando o Rio,
presenciei aqui em Jaguaruana, período de muita fartura mesmo no período pós-chuvas.
Alguns anos
depois, com a construção do Açude do Castanhão, criava-se a ilusória esperança
de que os problemas de escassez teria se acabado de vez, falsa impressão.
Durante algum tempo, nosso rio realmente foi abastecido com uma boa quantidade
de água, mas talvez por falta de planejamento e investimento político, as
coisas hoje pioraram e muito e o que antes era a esperança, a certeza, hoje é
apenas lamento e tristeza.
Vários foram
os fatores que fizeram com que nosso Rio Jaguaribe chegasse a essa situação.
Não podemos esquecer que nos últimos 07 anos,as chuvas vieram com grande
irregularidade, também não podemos deixar de lembrar que a mão do homem com sua
ação destruidora, tem sua responsabilidade também. Quando criança ouvia muito
meu avô dizer: DE ONDE SE TIRA E NÃO SE BOTA UM DIA SE ACABA. Pura verdade.
Sei que
algumas pessoas quando lerem esse artigo irá achar que estou sendo tendencioso
ao falar da situação do Rio apenas no município de Jaguaruana. Sei também que
alguns irão taxar de besteira, pra mim isso não importa, é um direito de cada
um achar o que quiser. Hoje, o que importa de verdade, é saber que nosso
município, assim como os demais do Vale do Jaguaribe, olha para nosso rio e se
sentem um monte de filhos sem o Pai.
Recentemente
o Presidente da Câmara de Vereadores de Jaguaruana fez um apelo às demais
autoridades do município, que unissem forças para buscar junto às autoridades
do Estado, uma forma de amenizar o problema que aflige nossa cidade e o Vale.
Foi criticado por pessoas que acharam que ele estava querendo fazer política
com essa situação, dizendo que isso é
culpa da Natureza. De certa forma, até concordo que a Mãe Natureza tem sua
parcela, não de culpa, mas sim de cobrança.
Se o homem
não tivesse usado do seu egoísmo, desmatado as matas similares, distribuído de
forma irracional a água no período da escassez e não tivesse pensado apenas no
ser individual, com certeza, a Mãe Natureza não estaria castigando seus filhos,
nosso rio estaria vivo e o povo da nossa cidade teria orgulho de semanalmente
ir ao Rio Jaguaribe se divertir com suas famílias, fato que hoje já não acontece
mais, lamentável.
Por: Manoel Martins Junior.
Estamos no quinto ano de seca, entrando no sexto, a reserva hídrica que tínhamos era o Castanhão, mais o Castanhão como qualquer outro reservatório não é infinito, tende a secar se não houver recargas, e foi oq aconteceu nos últimos anos.
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