A Polícia Federal, a Receita e o
Ministério Público Federal estão investigando uma "máfia" responsável
por fraudar a compra e venda de shows públicos de artistas de relevância
nacional. Estima-se que a quadrilha, que atua em pelo menos mais oito
estados além do Ceará, tenha causado prejuízo superior a R$ 100 milhões
apenas nos últimos três anos.
A investigação começou com o hoje chefe da procuradoria geral da
República em São Paulo, Thiago Lacerda Nobre, em 2013. "Quando viajava a
trabalho pelo interior de São Paulo comecei a perceber que algumas
cidades minúsculas estavam fazendo eventos com artistas de renome
nacional, cujos cachês eram caríssimos. Começamos a investigar porque
não havia como aquelas cidades bancarem tantos shows e festas de peão.
Acabamos descobrindo uma série de irregularidades, que envolviam não só
as cidades, mas até o governo federal, que era fraudado por meio de
convênios culturais".
A quadrilha operava através do superfaturamento na venda de
apresentações dos artistas. Primeiro, um atravessador recebia informação
privilegiada de que uma cidade realizaria uma grande festa e iria
contratar determinado artista. Em seguida, o atravessador entrava em
contato com a agência do artista e comprava a data em questão. Ao entrar
em contato com o artista, a prefeitura era orientada a negociar com o
atravessador e obrigada a pagar um preço bem elevado ao normalmente
cobrado.
Há suspeitas que, após notarem a rentabilidade da prática,
empresários e artistas acabaram entrando no esquema e já existe uma
lista de empresas empresários e artistas sendo investigados. Dezenas de
sigilos fiscais, inclusive, já foram quebrados pela Justiça. Técnicos da
Receita Federal estão cruzando dados de faturamento dos artistas com
dados declarados pelas prefeituras contratantes.
Esquema estruturados em estados
Segundo a investigação, a "máfia dos shows" está estruturada em oito
estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Amazonas, Bahia, Pará,
Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. Em cada um deles, a máfia instalou
um atravessador, responsável pelos shows naquele estado, sediado em cada
capital. Quando uma prefeitura do interior queria a contração de
determinado artista, era obrigada a negociar com o atravessador no
estado. Até mesmo contratações de artistas por empresas privadas e
locais privados foram prejudicadas.
Fraude em infraestrutura
Além da fraude nos shows, também está sendo investigada outra
irregularidade, desta vez envolvendo a contratação dirigida de empresas
ligadas a funcionários públicos de áreas como Cultura e Eventos.
Determinadas empresas, ligadas a esses servidores, mantêm monopólio no
fornecimento de equipamentos e infraestrutura para grandes shows, como
iluminação, segurança e banheiros químicos.
Zeca Pagodinho
O cantos Zeca Pagodinho foi condenado a ressarcir os cofres públicos.
A empresária do sambista, Leninha Brandão, nega irregularidades e irá
recorrer.
Com informações da UOL.
0 comentários:
Postar um comentário