‘Devo, não nego, pago quando puder’

SPC Brasil revela que mais da metade dos inadimplentes não podem ou não querem quitar dívidas


A auxiliar de serviços gerais Cleonice Leão tem uma dívida com o banco há cerca de um ano e meio, e sofre com isso, porque não tem condições de pagá-la. “Eu penso em quitar a dívida, pois estou como nome sujo, só que eu tenho que manter a casa”, diz. Assim como ela, muitos brasileiros inadimplentes estão descrentes quanto ao reequilíbrio das finanças pessoais no curto prazo.

Essa falta de perspectiva levou mais da metade da pessoas que responderam a uma pesquisa da SPC Brasil a afirmar que não terão condições de quitar suas dívidas em atraso (46%), pelo menos, nos próximos três meses, ou a dizer que, embora tenham condições, não pretendem saldar esses pagamentos integralmente (7,9%). 

Não é para menos. Seis em cada dez entrevistados (61,2%) acreditam que a situação financeira piorou na comparação com o ano passado, seja em razão do endividamento (24,4%), porque estão desempregados (16,4%) ou pelo fato de a renda ter diminuído (20,4%). Apenas uma em cada cinco pessoas entrevistadas (20,6%) afirmam reunir condições de pagar as dívidas integralmente nos próximos 90 dias.

A pesquisa concluiu ainda que 71,4% das pessoas que têm alguma dívida em atraso, se tornou inadimplente pela primeira vez. Ou seja, é a primeira vez que teve seus nomes manchados em cadastro de mau pagadores.

De acordo com a SPC Brasil, todas as pessoas abordadas relataram um motivo forte que as levaram a atrasar seus compromissos. Para 28,2% dos participantes, a situação não teria chegado onde chegou se não tivessem perdido seus empregos. Para 14,8%, a diminuição da renda teria sido o motivo que os levaram a não honrar seus compromissos financeiros na data acordada com o credor.

O descontrole financeiro e a falta de planejamento orçamentário como explicações para a inadimplência entraram numa porcentagem menor na pesquisa, com apenas 9,6% atribuindo a estas respostas a razão para terem se tornado inadimplentes. O empréstimo do nome para compras feitas por terceiros explica o nome sujo de 9,3% dos entrevistados.
 

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Os principais produtos e serviços que os consumidores compraram e que os levaram às dívidas e à inadimplência: roupas (45%), calçados (25,8%) e eletrodomésticos (17,4%) – 11% nem ao menos se lembram dos produtos comprados. (Com agências)
 
Prioridades
Pagamento. Tem certas contas que é melhor não atrasar. Os compromissos que mais se encontram em dia são aluguel (94,9%), plano de saúde (91,8%) e condomínio (91,3%).

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Sobre jaguarverdade

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