Segundo relatório da Nasa, a maior parte chegará perto do planeta entre terça e quarta-feira, Cientistas dizem que fenômeno é comum e não oferece perigo

Asteroides como os dessa semana são pequenos e
passam perto da Terra com frequência, não oferecendo riscos em função
do tamanho e distância (iStock/20 asteroides passarão perto da Terra até
o fim desta semana)
De acordo com relatório da Nasa, vinte asteroides devem passar perto da Terra até este domingo. A informação é do Near Earth Object Program,
divisão da agência espacial americana que monitora constantemente
Objetos Próximos à Terra (NEOs, na sigla em inglês). A maior parte dos
eventos está concentrada nesta terça-feira e quarta-feira – ao todo, são
esperados doze asteroides passando próximo de nosso planeta nos dois
dias. Segundo os cientistas, apesar de a quantidade parecer alta, o
fenômeno é comum e nenhum deles passará próximo de nosso planeta o
bastante para ser considerado uma ameaça.
Objetos próximos à Terra
NEOs são corpos celestes como cometas ou asteroides que
foram empurrados pela gravidade de planetas próximos e têm uma órbita
próxima à Terra. Segundo os critérios da Nasa, considera-se que um
objeto é um NEO quando ele passa pelo nosso planeta a uma distância
menor que 1,3 unidades astronômicas (cada unidade astronômica equivale a
aproximadamente 150 milhões de quilômetros). Para fazer uma comparação,
a Lua encontra-se a 384.400 quilômetros da Terra, e a Estação Espacial
Internacional (ISS, na sigla em inglês), a apenas 400 quilômetros – o
que significa que mesmo que um objeto seja considerado um NEO, ele está
bem longe de nosso planeta e, talvez, jamais entre em contato conosco
algum dia.
Por essa razão, eles não são considerados um perigo. Segundo
o astrônomo Daniel Mello, do Observatório do Valongo da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), os asteroides que passarão por nós
durante a semana são considerados pequenos e relativamente comuns.
“Para os objetos maiores, com tamanhos superiores a três
quilômetros, a frequência de aproximação com a Terra é extremamente
baixa”, afirma. Segundo Mello, os astronômos utilizam uma escala para
medir o grau de periculosidade de um NEO de acordo com seu tamanho e
distância de aproximação da Terra, conhecida como escala de Torino. Esta
escala vai de zero a dez, sendo que o grau zero significa risco nulo de
colisão com o nosso planeta e grau dez, o risco máximo. Na lista dos
asteróides desta semana, todos apresentam grau zero.
Asteroides da semana
Só nesta terça-feira, nove desses NEOs,
classificados como asteroides, passarão perto da Terra – o maior deles,
identificado como 2016 YT8, tem um diâmetro que varia entre 220 e 490
metros e deve passar a uma distância de 2,6 milhões de quilômetros.
O que chegará mais perto, no entanto, é o
2017 BM93, que deve se aproximar nesta quarta-feira. Com um diâmetro
entre 13 e 28 metros, o corpo celeste ficará a uma distância de 1,3
milhão de quilômetros da superfície do planeta. Apesar da proximidade,
asteroides com órbitas semelhantes, identificados pela sigla “Apollo”,
são muito comuns – estima-se que cerca de 62% de todos os asteroides
conhecidos pertençam a esse tipo e, geralmente, não representam nenhuma
ameaça.
Além dos asteroides, um cometa também
está previsto para cruzar os céus no sábado. Identificado como
45P/Honda-Mrkos-Pajdusakova, o corpo celeste é o único que apresenta um
tamanho que poderia ser considerado um risco potencial, com seus cerca
de 1,6 quilômetro de diâmetro. “Mas ele passará bem distante, a 32 vezes
a distância Terra-Lua, então podemos ficar tranquilos”, afirma Mello.
A frieza dos cientistas em relação ao
tema se dá porque um time internacional de astrônomos costuma vasculhar o
céu em busca desses objetos que passam perto de nosso planeta para
calcular e prever suas órbitas — e a possibilidade de impacto com a
Terra. Programas como o Near Earth Object Program, da Nasa, e o
semelhante da Agência Espacial Europeia
(ESA, na sigla em inglês) divulgam relatórios atualizados sobre o
assunto, com informações e revisões constantes de especialistas.
No Brasil, um dos lugares que faz o monitoramento desses objetos é o Sonear (sigla
para Southern Observatory for Near Earth Asteroids Research), um
observatório particular perto de Oliveira, cidade a 120 quilômetros de
Belo Horizonte. Composto por um trio de astrônomos amadores mineiros, o
observatório já encontrou quatro cometas e 25 NEOs desde que começou a
funcionar, em dezembro de 2013.
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