O juiz federal Marcelo Bretas, responsável pela Operação Lava Jato no âmbito do Rio de Janeiro e conhecido pela sua forte atuação contra crimes de corrupção, achou estranha uma decisão dada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (#STF), #gilmar mendes.
Nesta última segunda-feira, 19, Mendes determinou que a Justiça do Rio repetisse as audiências da Operação Ponto Final, um dos desdobramentos da Lava Jato que investiga pagamento de propina a políticos por empresários de ônibus. Os valores do ato ilegal chegaram em R$ 260 milhões. Bretas avaliou que a decisão de Gilmar é algo ”incomum”. Na ação penal, está sendo investigado o empresário Jacob Barata Filho, pessoa próxima ao ministro do STF.
Gilmar Mendes também determinou que essas novas audiências, um pouco “mal explicadas”, ocorram em um prazo de até 3 meses. No entanto, Marcelo Bretas decidiu que o tempo mínimo para que ocorram seja em dez dias improrrogáveis para a defesa dos acusados.
O juiz federal foi firme no despacho, afirmando que todo o trabalho do processo está indo para a ”estaca zero” com essa mudança brusca de Gilmar Mendes. Bretas também explicou que o ministro do Supremo não deixou claro os motivos para anular as audiências anteriores, causando um ar de ”mistério” em todo o processo.
Amizade de Gilmar Mendes com investigado da Lava Jato
Vale lembrar que Gilmar Mendes compareceu no casamento da filha de Barata. O ministro chegou a ser um dos padrinhos na cerimônia religiosa. A descoberta trouxe um ”escândalo” na Operação, já que Mendes não deveria atuar no processo.
Na época, Gilmar disse que não se considerou suspeito e seguiu em frente com o procedimento. Jacob Barata Filho é considerado o ”Rei do ônibus” no Estado do Rio de Janeiro.
Gilmar Mendes ataca Cármen Lúcia
Além da causar estranheza no juiz federal Marcelo Bretas, Gilmar Mendes também fez um duro ataque a presidente do Supremo, Cármen Lúcia. O ministro afirmou que iria distribuir um habeas corpus impetrado pela Associação de Advogados do Ceará, em um claro favorecimento ao ex-presidente da República Luiz Inácio #Lula da Silva.
Mendes tinha frisado durante entrevista que Cármen estaria fazendo o papel de ”mãe Dinah” ao ter avaliado que ”capta o sentimento do povo”. A ação do ministro foi vista como um grande gesto para salvar Lula da cadeia. Caso o habeas corpus seja colocado em pauta, prisões após condenação em segunda instância entrarão para votação novamente.
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