Não é nada incomum encontrar fêmeas da espécie acorrentadas ou
amarradas com cordas em vários países da Ásia. O motivo de tamanha
crueldade é o fato de que elas estão sendo usadas como prostitutas, e
sofrem abusos severos, às vezes diariamente.
Um dos casos mais famosos ocorreu em 2012 quando a Pony – uma fêmea
de orangotango – foi resgatada pela Borneo Orangutan Survival (BOS), uma
organização não governamental especializada em resgatar animais vítimas
do abuso. Ela estava amarrada na cama, sem pelos, de banho tomado, com
batons nos lábios e muito perfume.
Pony sofria abusos diários. Ficava sempre à disposição dos
frequentadores de uma casa de prostituição no centro de Bornéu,
território da Indonésia. Não havia limites para o abuso, e os clientes
podiam “usá-la” como quisessem.
A veterinária da ONG BOS, Karmele Llano, afirmou que em alguns países
asiáticos, especialmente em localidades pequenas, a prática de usar
orangotangos fêmeas como prostitutas é bastante comum.
Para quem pensa que foi fácil resgatar Pony do bordel, está muito
enganado. Mais de 30 policiais foram necessários para invadir o
estabelecimento. Karmele comentou ainda que todos foram ameaçados com
facas pelos proprietários.
Após o resgate, Pony foi morar em uma ilha chamada Bangamat, onde
está socializada com mais 6 indivíduos da espécie que sofreram os mesmos
abusos. O local é uma das três ilhas que a ONG usa para reintegrar
animais vítimas de prostituição à natureza. Outros animais que também
sofreram com tráfico ou maus tratos se recuperam nestes locais.
De acordo com relatos da BOS, os traficantes de animais matam as mães
para pegar os filhotes. Após selecionar as fêmeas, elas são levadas e
“cuidadas” até que atinjam idade para trabalharem em locais diversos,
que vão desde prostíbulos até casas de shows eróticos.
Nos últimos 60 anos, estima-se que a população de orangotangos no
mundo foi reduzida à 50% e existem apenas 20.000 no planeta. A ONG
estima que estes animais podem ser extintos nos próximos 10 anos se
nenhuma ação efetiva for colocada em prática.
Fonte: www.meionorte.com
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