Ideia é vincular notícias negativas sobre Lula a tentativa de inviabilizar candidatura (Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula)
O PT vai denunciar o que considera uma "caçada" ao
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ideia é vincular as notícias
negativas sobre Lula a uma tentativa da oposição e de "setores
conservadores" da sociedade de inviabilizar sua candidatura ao Palácio
do Planalto, na eleição de 2018.
A ação de busca e apreensão da Polícia Federal na empresa de Luís
Cláudio, filho mais novo de Lula, acabará mudando o foco da reunião da
Executiva do PT -, que ocorre nesta quarta-feira, em Brasília, 28, e
também do encontro do Diretório Nacional da sigla, marcado para
quinta-feira.
Embora a pauta petista ainda preveja discussões sobre mudanças na
política econômica e a posição do partido em relação ao presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - suspeito de esconder contas secretas
na Suíça com dinheiro desviado da Petrobras -, a defesa de Lula, do PT e
do projeto político deve acabar ofuscando outras polêmicas. O
ex-presidente participará da reunião do Diretório Nacional. A presidente
Dilma Rousseff também foi convidada para o encontro.
Apesar das cobranças de oito correntes do PT, a cúpula do partido não
vai fechar questão pela condenação de Cunha no Conselho de Ética da
Câmara. A ideia é ganhar tempo para não provocar o deputado, que tem em
mãos o poder de deflagrar o processo de impeachment de Dilma.
Nesta terça-feira, a presidente comandou uma estratégia de
reaproximação com Lula, evitando que a crise política se agravasse ainda
mais. Um dia depois de Lula ter culpado a sucessora pela operação de
busca e apreensão da Polícia Federal na empresa LFT Marketing Esportivo,
de seu filho caçula, o governo entrou em cena para impedir que a guerra
interna no PT atingisse o ápice, contaminando o relacionamento entre
criador e criatura.
Dilma participou da festa de 70 anos do presidente, no Instituto
Lula, levando a tiracolo ministros e amigos de seu padrinho político.
"Somos todos filhos do Lula", disse o presidente do PT de São Paulo,
Emídio de Souza, em mensagem enviada pelo aniversário do ex-presidente.
Emídio deu o tom de como será a solidariedade do partido ao fundador
do PT, batendo na tecla do combate ao ódio e à intolerância. "A caçada a
Lula vem antes do PT, prosseguiu quando criou o partido, aumentou
quando resolveu disputar o poder, amainou-se durante os anos da
Presidência e voltou com força descomunal nesse tempo de império do ódio
(Â…)", comentou o presidente do PT paulista.
Lula não perdoa o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e há
tempos pede sua saída do cargo, sob a alegação de que ele não controla a
Polícia Federal. O coro contra Cardozo, puxado pela corrente
Construindo um Novo Brasil (CNB), grupo de Lula, majoritário no PT, deve
ser retomado nas reuniões da sigla, em Brasília.
A tendência Mensagem ao Partido, que tem Cardozo entre seus
integrantes, argumenta que, em vez de discutir a saída do ministro, o
PT deveria pedir a cabeça de Eduardo Cunha.
Dilma não aceita a pressão para tirar o ministro da Justiça. A pedido
da presidente, o titular da Casa Civil, Jaques Wagner, tenta desde a
semana passada, sem sucesso, marcar um encontro entre Lula e Cardozo.
Fonte: Agência Estado (AE)
(Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula)
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