Criança foi diagnosticada com puberdade precoce e passa por tratamento.
Menino tende a ter um amadurecimento sexual precoce, diz médico.
Menino tem tamanho de uma criança de 4 a 5 anos, diz médico (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)
Quando tinha somente oito meses de vida, um bebê começou a despertar a preocupação da família, que vive na zona rural de Acrelândia,
distante 105 km da capital Rio Branco. A avó Maria do Socorro Leite, de
40 anos, que tem a guarda da criança, conta que na época percebeu o
desenvolvimento de pelos pubianos no neto.
Hoje, com quase 2 anos, o menino – diagnosticado com puberdade precoce –
já pesa 23 kg e mede 1,06 metros, altura de uma criança entre 4 e 5
anos.
De acordo com o endocrinologista Gil Lucena, que acompanha o caso, a
puberdade precoce é mais comum em meninas com idade entre cinco e oito
anos. O médico enfatiza que a criança não percebe esses sintomas, mas é
preciso fazer tratamento para evitar as consequências a longo prazo.
Endocrinologista Gil Lucena diz que criança pode ter
amadurecimento sexual precoce
(Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)
amadurecimento sexual precoce
(Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)
Tratamento
Segundo o médico, o tratamento é importante por dois motivos: “Primeiro
o problema psicológico, essa criança tende a ter alterações
psiquiátricas ou psicológicas de forma precoce."
"O segundo problema é a altura final, embora cresçam muito rápido nessa
fase de início da doença, a altura final é prejudicada e ela pode ficar
mais baixa que o esperado", explica o médico.
O tratamento é feito com injeções mensais para inibir a ação dos
hormônios que foram liberados antes da hora. Segundo Lucena, em casos
como esse, o menino tende a ter um amadurecimento sexual precoce.
"Ele pode ter uma precocidade sexual, visto que já tem hormônios de um
adolescente de 14 ou 16 anos. Com isso, apresenta o surgimento de pelos
axilares, pubianos, barba. O órgão genital é o de uma criança de 13 anos
de idade", diz.
"Como consequência, ele já produz esperma, tem o pênis de um
adolescente e pode agir instintivamente como um adolescente, ter
ereções, vontade de ter relações sexuais", afirma o médico. Segundo ele,
no caso de meninas, pode ocorrer até uma gravidez indesejada.
Susto
A avó da criança diz que o neto começou a engatinhar aos seis meses e a andar por volta dos dez meses.
A avó da criança diz que o neto começou a engatinhar aos seis meses e a andar por volta dos dez meses.
Apesar de se sentir mais aliviada por descobrir o diagnóstico e o
tratamento, ela conta que se assustou bastante quando o neto era mais
novo.
“Fiquei muito preocupada, porque começaram a nascer pelos e nós vimos
que não era algo normal. Procuramos um médico e ele nos disse que era um
problema de hormônio e nos encaminhou para Rio Branco. Os pelos foram aumentando rápido. Ele teve que fazer vários exames. Suspeitaram de algum tumor, mas não deu nada”, relembra.
A dona de casa acrescenta que desde o diagnóstico demorou em torno de três meses para a família receber a primeira medicação. Ela diz que o remédio é fornecido pela rede pública, e que desde o dia 19 deste mês a criança é medicada.
“Passamos três meses esperando pela medicação, mas conseguimos. Parece que isso vai regular o hormônio e são dois anos de tratamento, mas ainda não sabemos direito. Teremos que buscar o remédio todos os meses em Rio Branco”, afirma.
Colaborou Luízio Oliveira, da Rede Amazônica no Acre.
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