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Partido dos Trabalhadores apressou-se nesta quarta-feira a abandonar o
senador Delcídio Amaral (PT-MS), líder da presidente Dilma Rousseff no
Senado preso por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Em nota
assinada pelo presidente da legenda, Rui Falcão, a sigla afirma que "não
deve solidariedade" ao senador. O presidente da Casa, Renan Calheiros
(PMDB-AL), classificou o documento como "oportunista e covarde".
A postura do PT em relação a Delcídio contrasta com a histórica
proteção do partido a seus próceres envolvidos em esquemas de corrupção:
a sigla aclama mensaleiros condenados como "guerreiros do povo
brasileiro" e trata seus quadros envolvidos no petrolão como "vítimas".
Renan criticou a postura da direção nacional do PT durante a votação
sobre manter ou revogar a prisão do senador. "A nota do Partido dos
Trabalhadores é intempestiva, oportunista e covarde", disse, sob
aplausos, no plenário. Para o presidente do Senado, o partido se
precipitou e pré-julgou Delcídio.
O presidente nacional do PT divulgou um posicionamento em que indica a
possibilidade de punição contra o senador, além de dizer que os atos
dele não tem relação com atividades partidárias. "O PT não deve
solidariedade a Delcídio", diz o texto. O líder do PT, Humberto Costa
(PE), reagiu ao comentário de Renan. "A nota divulgada pelo presidente
do nosso partido não foi objeto de discussão com a bancada. Ela não
reflete necessariamente a posição da bancada", disse.
Parlamentares da base de Dilma e da oposição também criticaram a nota
da cúpula petista. "O tesoureiro do PT está preso e ele nunca abriu a
boca para falar. O presidente do PT é um covarde. Rui Falcão, você é um
covarde.", disse Omar Aziz (PSD-AM), em referência a João Vaccari Neto,
já condenado a quinze anos de prisão pelo juiz Sergio Moro. "O PT foi
incapaz de perceber o valor parlamentar de Delcídio. Ele teve coragem de
assumir a liderança de governo que os colegas não quiseram", disse o
senador Aloísio Nunes Ferreira (PSDB-SP).
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil
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