Polícia Federal mira “outros políticos do PMDB” em inquérito no STF

Delegado aponta para beneficiários de ‘doações de campanha’

1
Foco. Renan Calheiros já é réu perante o STF em uma ação penal e alvo de outros dez inquéritos

BRASÍLIA. O delegado Alessandro Maciel Lopes, do grupo de inquéritos da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, apontou suspeitas de que outros políticos do PMDB receberam doações eleitorais da empreiteira Serveng como forma de dissimular pagamentos de propinas como teria ocorrido com o ex-presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no esquema de corrupção na Petrobras.


O delegado afirma ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte, que “não atentar a tais evidências prejudicaria o objeto do inquérito, que como não há dúvida, destina-se a abarcar a integralidade dos fatos, implicando as pessoas nele envolvidas”. Alessandro Lopes pediu a prorrogação das investigações por mais 60 dias.


Em dezembro do ano passado, o procurador geral da República Rodrigo Janot considerou já ter provas suficientes e denunciou Renan, seu aliado Aníbal Gomes, deputado do PMDB no Ceará, e um executivo da Serveng antes de a PF concluir as investigações.


Na acusação, que acabou sendo devolvida pelo ministro Teori Zavascki para aguardar a conclusão do inquérito da PF, Janot apontava que Renan teria recebido propinas de R$ 800 mil por meio de doações eleitorais ao PMDB em 2010.


Para o delegado, a decisão de Teori na época foi “acertada”, pois o Ministério Público Federal não teria utilizado as informações da PF que reforçam as suspeitas sobre o caso. “Além disso, como a inicial acusatória foi percuciente ao se debruçar sobre as ‘doações de campanha’ efetivadas pela empresa Serveng, admitindo-as como expediente de dissimulação do pagamento de propina – e os fatos realmente apontam nesse sentido – soa razoável escrutinar a fundo o tema”, assinala o delegado.


Quando Teori devolveu a documentação a Janot, o procurador geral encaminhou uma manifestação ao ministro no mesmo dia, afirmando que depois do pedido de prorrogação, a Procuradoria conseguiu juntar “elementos suficientes de prova”, para denunciar Renan.


O procurador ainda citou a Constituição e apontou que ela impõe “máxima celeridade possível nas investigações”. Ele ressaltou que, na denúncia, apresentou uma solicitação para que os documentos do inquérito da PF fossem juntados aos autos.


Junto com a denúncia, Janot requereu decretação da perda da função pública de Renan e Aníbal. Em troca dos valores supostamente recebidos, os parlamentares teriam oferecido apoio político ao então diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que mantinha a Serveng em licitações da estatal.


Outro lado
Defesa. Renan Calheiros disse acreditar que a ação será arquivada por falta de provas. Aníbal Gomes negou ter recebido qualquer vantagem da empresa. Ninguém da Serveng foi encontrado.



Vaquinha

Pobre. Aliados de Eduardo Cunha iniciaram conversas, no fim de 2016, para arrecadar recursos para a família do deputado cassado, que está com os bens bloqueados há nove meses.
 
Recepção. A sondagem, recusada por alguns, mas com a adesão de cerca de dez parlamentares, foi feita a pedido de parentes que o visitaram em Curitiba, onde o peemedebista está preso desde outubro. Com o retorno do recesso parlamentar, no entanto, a iniciativa acabou em segundo plano.


Outro doleiro

Força-tarefa negocia delação


RIO DE JANEIRO. A força-tarefa da Lava Jato no Rio negocia, em estágio avançado, uma nova delação premiada que revelaria detalhes de supostos envios de propinas ao exterior para o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). Segundo fontes próximas às investigações, o doleiro Vinicius Claret, conhecido como Juca Bala, está em tratativas para assinar o acordo de delação premiada.

A colaboração avança sobre repasses no exterior, que integrantes do Ministério Público Federal (MPF) acreditam que podem chegar a R$ 1 bilhão.

Em outra ponta, os procuradores têm progredido nas apurações sobre fraude em licitações no Estado do Rio que podem atingir o ex-secretário estadual da Saúde Sérgio Cortes. O MPF suspeita da existência de irregularidades na conquista de licitações na área da Saúde. Cortes negou irregularidades durante sua gestão.

Juca Bala, brasileiro que morava em Montevidéu, teria começado a atuar para o esquema de Cabral quando os doleiros Renato e Marcelo Chebar passaram a ter dificuldades em tocar a operação do ex-governador. O motivo teria sido o aumento do volume de propina depois de 2007, quando Cabral assumiu o governo do Rio.



21 presos


Aniversário. Com a Lava Jato prestes a completar três anos, 21 envolvidos permanecem presos no Rio de Janeiro ou Paraná.
 
Lista. Destes, sete não foram julgados: o ex-governador Sérgio Cabral, seu ex-secretário Wilson Cordeiro, o ex-ministro Antonio Palocci, o ex-deputado Eduardo Cunha e os empresários Carlos Miranda, Flávio Macedo e Eduardo Meira. Os outros 14 têm alguma condenação.
Compartilhe no Google Plus

Sobre jaguarverdade

Sou Casado, pai de 3 filhos, apaixonado pela minha família e pela minha querida cidade Jaguaruana... Jaguaruana Verdade, Porque Mentira tem Pernas Curtas!

0 comentários:

Postar um comentário