Operação bloqueia cerca de R$ 150 milhões de sonegadores de impostos do setor têxtil do CE

A Operação Dissimulare foi deflagrada pela Polícia Civil com apoio da Sefaz na sexta-feira (1º) e desmontou um esquema de compra de mercadoria têxtil.

Por G1 CE
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A Operação Dissimulare apreendeu, até o momento, R$ 100 milhões em tecidos, um milhão de reais em espécie, 21 veículos, entre eles carros de luxo, 300 joias, euros, dólares, além de bloquear mais de 50 imóveis adquiridos com dinheiro ilícito. No total, cerca de R$ 150 milhões em bens de valores foram bloqueados. O balanço foi repassado em coletiva de imprensa, nesta segunda-feira (4), no Complexo de Delegacias Especializadas (Code), no Bairro Aeroporto.

Deflagrada pela Polícia Civil do Estado do Ceará, com apoio da Secretaria da Fazenda (Sefaz), a operação investiga esquema de compra de mercadoria têxtil com sonegação de impostos. O prejuízo aos cofres públicos passa de R$ 300 milhões.

Primeira fase

Treze pessoas, entre elas dois auditores fiscais e empresários, foram presas suspeitas de participarem de esquema de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e organização criminosa no Ceará. O líder da quadrilha, identificado pela polícia como Jovilson Coutinho Carvalho, ainda está foragido.

De acordo com o delegado Márcio Gutierrez, titular da Delegacia de Crimes Contra a Administração e Finanças Públicas (DCCAFP), responsável pela apuração das ações ilícitas, 46 empresas de fachada operavam no esquema. “Eles adquiriam tecidos em outros estados, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais. Algumas das empresas que forneciam o material sabiam que se tratava de um esquema criminoso. Nessa fase da operação nós vamos buscar todos os envolvidos que se beneficiaram de alguma forma no esquema”, afirma Gutierrez.

Segundo o delegado, os prejuízos financeiros podem ser muito maiores. “Essa é só a primeira fase de uma investigação extremamente complexa. Vamos rastrear as transações comerciais, até chegar a todos os envolvidos, todos os beneficiados pelo esquema. Empresas de fachada, quem vendia e comprava notas frias, sonegação fiscal, receptação de carga roubada, tem muita coisa pra investigar. É um grupo criminoso extremamente profissional.”

Conforme Gutierrez, a quadrilha atua desde 2004. Na Operação Dissimulare, as investigações se concentram nas ações ilícitas entre os anos de 2012 a 2015. As investigações tiveram início há mais de um ano.

O titular da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), André Costa, reforça que, além das apreensões, a operação sequestrou outros bens de valor adquiridos com os lucros das ações criminosas. “Nós esperamos que todos esses valores e bens sejam leiloados e revertidos em crédito para os cofres públicos, para poder investir esse dinheiro em educação, saúde e segurança pública.”

Esquema

Conforme as investigações avançavam, foi constatado que desde 2004 os suspeitos utilizavam uma empresas de fachada, usando como sócios os nomes de outras pessoas para encobrir o crime, conhecidos como "laranjas". Essas empresas fantasmas compravam os produtos de outros estados, para então repassá-los às empresas reais, propriedades de empresários cearenses que queriam participar do esquema. Os tecidos eram vendidos bem abaixo do valor de mercado e virava confecção que, segundo a polícia, era vendida em feiras populares, como a da Rua José Avelino.

Os 37 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em empresas, residências, no prédio do sindicato de confecções do Ceará, além de outros locais. Os imóveis estão localizados em bairros de Fortaleza como Centro, Aldeota e Meireles.
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Sobre jaguarverdade

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