Heróis de verdade: bombeiros nadam em lama por mais vidas

Socorristas desafiam limites do corpo e da mente em busca de sobreviventes
Resgate. Desde sexta-feira, quando a barragem se rompeu em Brumadinho, quase 300 bombeiros se revezam na missão heroica de localizar pessoas na lama de rejeitos

“É um trabalho de formiguinha. São áreas gigantescas”. Assim o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, descreve o trabalho que está sendo feito pelas equipes lideradas pela corporação em busca de sobreviventes da tragédia que vitimou Brumadinho, na região metropolitana, na última sexta-feira.

Desde então, 220 profissionais de resgate de Minas, com a ajuda de 60 bombeiros de outros Estados, revezam-se na missão de tentar localizar pessoas na lama que vazou da barragem I da mina de Córrego do Feijão.

Com o intuito de salvar uma vida, eles enfrentam obstáculos físicos, rastejam e praticamente nadam em meio aos rejeitos de minério. Como a lama está fofa, segundo relatos dos bombeiros, os pés deles afundam. Conforme o tenente Aihara detalhou à imprensa nesta segunda-feira (28), para evitar o afundamento do corpo, os militares ficam de bruços no lamaçal e se arrastam. Alguns deles estão até mesmo usando roupas de mergulho. O tenente Aihara afirmou nesta segunda-feira que a possibilidade de encontrar alguém com vida na lama de Brumadinho é mínima e que os profissionais praticamente têm que nadar na lama para buscar os desaparecidos.

Os socorristas contam também com o auxílio de objetos como cajados (para perfurar a lama), cordas, celulares e apitos e têm em muitas das missões o fundamental apoio dos cães farejadores. Além disso, eles colocam estacas na lama para marcar tanto os locais perigosos quanto as áreas onde pode haver corpos.

Em qualquer uma das tarefas executadas, todo cuidado é pouco para não se colocar em risco nem sobreviventes, nem os próprios bombeiros.

Emoção

Mas os obstáculos enfrentados pelas equipes de resgate vão além e atingem a sensibilidade de quem se dedica a salvar vidas 24 horas por dia.

Aihara se emocionou nesta segunda-feira ao falar sobre o trabalho das equipes: “A maior dificuldade é lidar com a angústia pelos desaparecidos”. Segundo ele, todos que trabalham no resgate de sobreviventes e corpos na tragédia de Brumadinho estão passando por atendimento psicológico. “Podem ter certeza de que estamos trabalhando como se essas pessoas fossem nossas mães e nossos pais”, completou o tenente.

Graças ao trabalho realizado pelos bombeiros, 65 corpos foram resgatados da lama desde sexta-feira. O número foi divulgado nesta seunda-feira à noite pela corporação de Minas.

Todos podem ter certeza de que estamos trabalhando como se essas pessoas fossem nossas mães e nossos pais.”

Pedro Aihara

Tenente porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais

DANIELE MARZANO
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Sobre jaguarverdade

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