O ex-presidente tem 20 dias para apresentar sua defesa. Ele nega envolvimento no caso (Foto: Paulo Pinto/ Fotos Públicas)
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Ao denunciar o ex-presidente Lula Luiz Inácio Lula da Silva por
obstrução da Justiça, o procurador da República Ivan Cláudio Marx
atribuiu ao petista papel de "chefe de organização criminosa". A
denúncia foi recebida pela Justiça Federal em Brasília na sexta-feira,
29. O ex-presidente tem 20 dias para apresentar sua defesa. Ele nega
envolvimento no caso.
O procurador destaca que o ex-senador Delcídio Amaral (ex-PT-MS)
atribuiu a Lula o papel de "chefe da empreitada" para comprar o silêncio
do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró (Internacional), que fechou
acordo de delação premiada. Delcídio também fez delação premiada. Seu
relato teve peso decisivo na denúncia contra Lula.
A trama, segundo a acusação, envolve o pecuarista José Carlos Bumlai,
amigo de Lula e preso na Lava Jato desde 24 de novembro de 2015. O
temor do grupo era que Cerveró pudesse incriminar Bumlai no esquema de
corrupção instalado na Petrobrás.
"A narrativa de Delcídio se demonstrou clara, plausível e, ainda,
corroborada pela existência das reuniões prévias que realizou com Lula
antes de Bumlai passar a custear os valores destinados a comprar o
silêncio de Cerveró. Ressalte-se que a existência das reuniões foi
confirmada por Lula em seu Termo de Declarações prestado à
Procuradoria-Geral da República", diz a denúncia subscrita pelo
procurador Ivan Marx.
"A compra desse silêncio buscava também preservar Bumlai por crimes
cometidos no interesse do Partido dos Trabalhadores, ocorridos enquanto
Lula exercia, pelo PT, o mandato de Presidente da República", afirma o
procurador.
Segundo a denúncia, com o avanço das investigações sobre "o esquema
criminoso", a primeira tentativa de barrar as investigações passou pela
tentativa de compra do silêncio de possíveis delatores.
"Após o insucesso desse intento, ao menos ao que se sabe, restou
apenas a alternativa de se tentar buscar a anulação de investigações",
prossegue a denúncia, que faz alusão a uma suposta ofensiva do
ex-presidente para tentar interferir na apuração. "E, nesse aspecto, os
diálogos constantes de folhas 2480-2483, apontam que, no início do ano
de 2016, momento em que Cerveró já havia acordado sua colaboração
premiada, Lula atuou diretamente com o objetivo de interferir no
trabalho do Poder Judiciário, do Ministério Público e do Ministério da
Justiça, seja no âmbito da Justiça de São Paulo, seja do Supremo
Tribunal Federal ou mesmo da Procuradoria-Geral da República."
"Toda essa situação vem reforçar a confiabilidade da narrativa de
Delcídio do Amaral", diz a denúncia. "E não se pode desconsiderar que,
em uma organização criminosa, o chefe sempre restará na penumbra,
protegido, de modo que não há de se esperar, contra este, uma prova tal
como uma ordem objetiva gravada ou mesmo uma filmagem de entrega pessoal
de valores."
Segundo o procurador, "o chefe da organização criminosa está sendo
buscado em investigações conduzidas pela Procuradoria-Geral da
República.
No entanto, nesse caso específico de atos de obstrução da Justiça, o
chefe foi apontado pelo colaborador Delcídio, em afirmação reforçada por
elementos fáticos e, acima de tudo, pela lógica dos acontecimentos."
(AE)
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