330
cortadores de cana em situação de trabalho análogo ao de escravos foram
resgatados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). A força-tarefa
foi realizada em uma fazenda no município de Lajedão, no Extremo-Sul
baiano, próximo à divisa com Minas Gerais.
Segundo informa o
Correio 24horas, a operação contou com a participação do Governo do
Estado da Bahia e apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF). As terras
pertencem à União Industrial Açucareira (Unial) e esse foi o terceiro
resgate de trabalhadores em unidades da Unial na Bahia, segundo o MPT.
O
alojamento onde os trabalhadores estavam era degradante, sem
equipamentos de proteção à saúde e à segurança e também sem sanitários,
informou o MPT. A situação foi classifiada como escravidão moderna e os
330 trabalhadores ainda não foram retirados do local devido à falta de
condições de transporte.
“Os trabalhadores não tinham equipamentos
de proteção, não dispunham de sanitários nem de qualquer proteção
contra o sol ou a chuva nos locais de corte de cana. Além disso, o
alojamento apresentava condições precárias de higiene, principalmente em
relação à água usada, armazenada em um tanque com plantas e restos de
produtos químicos”, contou Ilan Fonseca, procurador que integrou a
força-tarefa.
Exploração
O MPT já abriu dois
inquéritos civis nesta empresa, que atua no ramo sucroalcooleiro. São
apurados casos de terceirização ilícita, violações à NR-31, doença
ocupacional e trabalho infantil.
De acordo com a publicação, a
unidade também já registrou outros episódios de resgate em situações
semelhantes. Edmilson Felismino de Araújo, superintendente da Unial na
região, foi conduzido à Delegacia da Polícia Federal de Porto Seguro,
onde foi ouvido pelo delegado plantonista Carlos Cristinao Tenório
Urubá, e liberado na noite desta quinta-feira (29). A PF irá instaurar
um inquérito para analisar o caso.
Três representantes da Unial
serão ouvidos na tarde desta sexta-feira (30) pelo Ministério Público do
Trabalho, em Eunápolis. Os representantes da operação vão tentar
negociar o pagamento das verbas rescisórias e indenizações aos
trabalhadores. No entanto, se a Unial não aceitar fazer os pagamentos,
uma ação civil pública será ajuizada na próxima semana pedindo que a
Justiça determine a rescisão indireta e os pagamentos.
Direitos
Ilan
Fonseca declarou que a empresa tentou ocultar provas das condições
degradantes dos trabalhadores, porém, autorizou a realização de uma
inspeção no local. Caso não haja um acordo entre o MPT e a empresa, o
MPT irá solicitar na Justiça do Trabalho os pagamentos de verbas
rescisórias e indenizações.
A publicação destaca ainda que a
força-tarefa reuniu o procurador do trabalho Ilan Fonseca, o MPT, a PRF,
a Secretaria do Trabalho, Emprego e Renda (Setre) e a Secretaria de
Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia.
Fonte: http://www.msn.com
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