A doença, chamada enterovírus C105, é parte da família do vírus da
poliomielite e foi descoberta recentemente, disseram os especialistas.
Até agora, mais de cem crianças em todos os 34 estados norte-americanos
desenvolveram a mielite flácida aguda, uma condição caracterizada por
fraqueza muscular ou paralisia nos membros.
Anteriormente, os pesquisadores acreditavam que a causa poderia ser o
vírus chamado D68 enterovírus (EV-D68), de acordo com relatórios do
LiveScience. Mas apenas cerca de um quinto das crianças com paralisia
tiveram resultados positivos para essa estirpe particular, levando-os a
questionar se essa era a única causa.
Como parte de um novo estudo, os pesquisadores ligaram um caso de
paralisia em uma menina de 6 anos de idade ao C105 enterovírus. Apesar
de não provar conclusivamente que esse vírus semelhante seja a causa,
os pesquisadores sugerem que outros, além do EV-D68, podem estar
contribuindo para a eclosão.
Ronald Turner, coautor do estudo, professor da Escola de Medicina da
Universidade de Virginia, EUA, disse que, de acordo com os resultados,
as pessoas devem estar conscientes de que há outro vírus em atividade
que tem essa associação com a paralisia. "Nós provavelmente não devemos nos precipitar para classificar apenas o EV-D68 como causa desses casos”, disse.
Uma garota de 6 anos desenvolveu paralisia após contrair gripe de
membros de sua família, bem como uma febre baixa. Quando os sintomas do
resfriado desapareceram, ela ficou com dor nos braços. Então, seus
ombros começaram a cair e ela passou a ter problemas para usar a mão
direita. A menina foi diagnosticada com mielite flácida aguda ao chegar
ao hospital, mas os testes deram negativo para EV-D68. No entanto, uma
amostra de seu trato respiratório deu positivo para o enterovírus
C105.
Esse é o primeiro relatório do vírus nos EUA, afirmaram os
pesquisadores. Turner disse que alguns testes podem não identificar o
enterovírus C105 devido à variação em sua composição genética. “Ele pode ter passado despercebido até agora, já que é difícil de ser detectado”, acrescentou.
No entanto, Turner observou que os vírus têm sido encontrados no trato
respiratório de crianças paralisadas, mas, em ensaios clínicos, eles
não foram observados no fluido espinal.
“As pessoas podem ter vírus em seu trato respiratório que não afetam seu sistema nervoso”,
explicou o pesquisador. A fim de obter mais vínculos definitivos
nesses casos de paralisia com enterovírus, os pesquisadores teriam de
encontrar o vírus no líquido espinal, de acordo com o especialista.
O estudo será publicado na edição de outubro da revista Emerging Infectious Diseases.
Fonte: Daily Mail Foto:
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