Foram registrados 739 casos suspeitos de microcefalia no Brasil em 2015. O número costumava ser de dez ao ano.
O
Ministério da Saúde confirmou neste sábado (28) a relação entre o vírus
zika e o surto de microcefalia que atinge o Nordeste do Brasil.
O vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti - o mesmo
que transmite a dengue - foi identificado pelo Instituto Evandro Chagas,
de Belém, em exames feitos em uma criança no Ceará que nasceu com
microcefalia e outras doenças congênitas.
"A partir desse achado do bebê que veio à óbito, o Ministério da
Saúde considera confirmada a relação entre o vírus e a ocorrência de
microcefalia", diz o comunicado do ministério, afirmando ainda que as
investigações irão continuar para esclarecer como é feita a transmissão
do vírus, a infecção do feto e o período em que a mulher grávida está
mais vulnerável. Uma análise inicial aponta para os três primeiros meses
de gravidez, de acordo com a nota.
Mortes - A chegada do vírus zika
no Brasil, no ano passado, não causou grande alarme no setor de saúde
do país. A doença, que causa coceiras e mal estar semelhante a uma
gripe, era considerada uma parente mais fraca da dengue. Apenas após o
surto de bebês com microcefalia é que o Zika vírus passou a chamar a
atenção.
O ministério também confirmou duas mortes causadas pelo zika. O
primeiro caso é de um homem com histórico de lúpus e de uso crônico de
medicamentos corticoides, morador de São Luís, do Maranhão. O segundo,
de uma menina de 16 anos, do município de Benevides, no Pará, que morreu
no final de outubro.
As mortes, causadas por um vírus aparentemente fraco em adultos,
causaram surpresa e serão investigadas pelo ministério. Esta semana, um
grupo de técnicos do Centro de Controle de Doenças, dos Estados Unidos,
chegam ao Brasil para participar das investigações, a convite do
Ministério da Saúde.
Número de casos dispara - A microcefalia é uma
anomalia que prejudica o desenvolvimento do cérebro dos recém-nascidos e
se caracteriza pela circunferência cefálica inferior a 33 centímetros. O
número de casos no país, que costumava fica em dez ao ano, disparou em
2015 para 399. Os casos foram registrados em Pernambuco (268), Sergipe
(44), Rio Grande do Norte (39), Paraíba (21), Piauí (10), Ceará (9) e
Bahia (8). A maior parte deles foi identificada nos últimos três meses.
Diante do avanço, o ministério tornou compulsória a notificação de
casos da anomalia em todo território nacional. Dessa forma, o protocolo
para identificação de bebês com o problema, desenvolvido em Pernambuco,
deverá ser usado em todo o país.
Fonte: (Com agência Reuters)
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