As boas chuvas dos últimos dias
trouxeram impacto positivo ao nível de 75% dos açudes cearenses, mas
fizeram pouca diferença nos três maiores: Castanhão, Orós e Banabuiú.
Mesmo com acréscimos, eles têm volumes semelhantes ou menores do que no
primeiro dia do ano. Em algumas bacias também não houve melhorias. A
Bacia Metropolitana está com os mesmos 21% de volume do início do ano.
As informações são da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos
(Cogerh).
O Castanhão, em Alto Santo, começou o ano com
11,5% do volume e tinha 10,5% ontem, após uma semana de boas chuvas. O
que chega como recarga ainda não é suficiente para conter perdas
diárias. O reservatório abastece a Região Metropolitana (RMF) e tem o
espelho d’água reduzido pela evaporação nos dias de sol. Pouca diferença
também foi registrada no Orós, na cidade de mesmo nome. Começou o ano
com 33,1% e ontem estava com 33,5%. “Para a capacidade destes açudes, o
aporte é pequeno, mas deixa mais lenta a redução causada pelo consumo e
pela evaporação”, aponta Gianni Lima, assistente da presidência da
Cogerh.
Antes de terminar, janeiro já registra o
dobro da precipitação historicamente observada no Ceará durante o mês. A
média foi de 198,6 milímetros nestes 26 dias, quando o mês tem média de
98,7 mm. Dos 153 açudes monitorados pela Cogerh, 116 tiveram aumento no
volume. Nos pequenos açudes, a pré-estação alcançou maiores efeitos e
três sangraram.
Nos Inhamuns, região mais afetada pela seca,
dois açudes estão sangrando: o Trici, em Tauá, e o Colina, em
Quiterianópolis. Outros dois reservatórios tiveram boa recuperação na
última semana: o Várzea do Boi, em Tauá, passou de 0,5% para 12,6% nos
últimos dois dias; e o Flor do Campo, em Novo Oriente, saiu de 0,2% para
7,2% desde a última quinta-feira, 21. Apesar de pequeno, este último
acumula agora 7,2 bilhões de m³. “Uma cidade como Novo Oriente
precisaria de 1,2 milhão de m³ para todo o ano. Dá uma segurança pelo
menos para este ano, apesar de precisarmos planejar outros usos da água,
como o da irrigação”, exemplifica Gianni.
Apesar das boas
notícias, o Sertão Central ainda abriga oito cidades onde o
abastecimento gera preocupação. Seja pelas poucas chuvas, pelas
tentativas frustradas de socorro ou pela espera das ações emergenciais
em fase de conclusão. São elas: Boa Viagem, Milhã, Mombaça, Pereiro,
Salitre, São Luís do Curu, Quixeramobim e Uruoca. Conforme Gianni,
Quixeramobim tem uma adutora com finalização prevista para fevereiro e
Uruoca deve ter prioridade na próxima fase da montagem dos equipamentos.
Fonte: http://www.opovo.com.br
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