A versão Lula-ministro é estimulada pelo PT e encarada como uma forma instantânea de garantir foro ao ex-presidente, que é investigado na Operação Lava Jato
Alvo
de mandados de busca e apreensão e forçado a depor à Polícia Federal
sobre benesses recebidas de empreiteiras investigadas no petrolão, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva relatou nesta quarta-feira a
senadores da base aliada que não pretende se tornar ministro do governo
Dilma Rousseff. A estratégia, estimulada por petistas e parlamentares da
base aliada, serviria para que ele tivesse foro privilegiado e, só
podendo ser processado no Supremo Tribunal Federal (STF), conseguisse se
livrar da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba e do juiz federal
Sergio Moro.
"Ele fez questão de dizer que não teve convite [para ser ministro] e
que não cogita. Ele disse que para ajudar o Brasil não precisa ter cargo
para exercer ou ocupar cargo de ministro. Ele pode fazer de qualquer
maneira", afirmou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que
reuniu senadores aliados e o próprio Lula em um café da manhã em
Brasília.
No encontro, segundo o relato dos presentes, Lula ouviu apelos para
que substituísse Nelson Barbosa no Ministério da Fazenda ou que
encampasse a articulação direta do Palácio do Planalto com o Congresso,
onde a base governista está esfacelada e tem dificuldades em aprovar
projetos de interesse do Executivo. A versão Lula-ministro é estimulada
pelo PT e encarada como uma forma instantânea de garantir foro ao
ex-presidente, que é investigado na Operação Lava Jato por suspeitas de
ter recebido vantagens indevidas de empreiteiras enroladas com o
petrolão.
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Em 2004, o próprio Lula, enquanto presidente, usou o status de
ministério para blindar um aliado de primeira hora. Na época, ele editou
uma medida provisória para transformar o Banco Central, então comandado
por Henrique Meirelles, em uma pasta com prerrogativas de ministério.
Meirelles era alvo de suspeitas - depois arquivadas - de lavagem de
dinheiro, crime contra o sistema financeiro nacional e crime eleitoral.
No atual governo, os ministros Edinho Silva (Secretaria de Comunicação) e
Aloizio Mercadante (Educação) são investigados por suspeitas de terem
recebido dinheiro de caixa dois de campanha. Sem foro privilegiado, os
inquéritos contra eles seriam analisados na 1ª instância.
Aos senadores, Lula voltou a reclamar da Operação Lava Jato e mais
uma vez se colocou como vítima e alvo de "perseguição" do Ministério
Público e da Polícia Federal. De acordo com relato do senador Lindbergh
Farias (PT-RJ), o ex-presidente afirmou que sua condução coercitiva,
determinada pelo juiz Sergio Moro na 24ª fase da Lava Jato, era
"ilegal". "Ele disse que é perseguição aquela condução coercitiva
ilegal, aquilo foi uma prisão ilegal", disse Farias, ele próprio
investigado na Lava Jato e um dos senadores que mais tem criticado as
medidas de investigação contra o ex-presidente.
"Ele está indignado com a atitude tomada [de levá-lo para depor].
Quando qualquer um é convidado a fazer um depoimento e nega, aí sim você
é levado coercitivamente, mas isso não aconteceu. Por isso a indignação
do ex-presidente", completou o senador Hélio José (PMB-DF).
Fonte: http://veja.abril.com.br
Amigo Manoel Martins, tudo bem ?
ResponderExcluirQual seu contato?
Forte abraço.
meu contato: marcellorego1@gmail.com
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