'Chinês da 25 de Março' fazia entregas de dinheiro da Odebrecht

Informação consta em depoimentos prestados à procuradoria da Lava Jato pelo executivo Vinicius Veiga Borin, apontado como operador de contas da empreiteira

          Por: Eduardo Gonçalves
Construções da Odebrecht no Rio de Janeiro
Delator também afirmou que a Odebrecht adquiriu um banco, em 2010, para fazer transações "suspeitas"(Ricardo Moraes/Reuters)
O executivo Vinicius Veiga Borin, que negocia delação premiada com procuradores da Lava Jato, revelou o significado dos codinomes "dragão", "kibe" e "esfirra" que aparecem em planilhas da Odebrecht apreendidas no escritório da ex-funcionária da empreiteira Maria Lúcia Tavares, em Salvador - presa na Operação Acarajé, ela seria uma das responsáveis pelo "departamento de propinas" da empresa. As informações foram dadas no âmbito da colaboração de Borin, que ainda aguarda homologação da Justiça federal do Paraná.
Segundo o delator, os termos se referem a operadores de contas ligados a Odebrecht encarregados de fazer entregas de dinheiro ilícito no Brasil. "Dragão" seria a referência a um chinês identificado como Wu-Yu Sheng, cuja atividade era "fazer dinheiro" com os lojistas da Rua 25 de Março, tradicional ponto de comércio popular de São Paulo. De acordo com Borin, a função do chinês era "entregar o dinheiro no Brasil a quem fosse determinado". Ele ainda conta que Wu-Yu deixou o país para morar na Flórida, nos Estados Unidos, em 2015, possivelmente por causa dos avanços da Lava Jato sobre os negócios escusos da empreiteira.

Já "kibe" e "esfirra" seriam uma menção a duas pessoas com nomes árabes, Adir Assad e o seu irmão identificado como Samir. O empresário Assad foi condenado na Lava a 9 anos e 10 meses de prisão por lavagem de dinheiro e associação criminosa, em setembro do ano passado. Segundo denúncia do MP, ele usava empresas de fachada para intermediar pagamentos a dirigentes da Petrobras.

Segundo o depoimento, os repasses teriam sido feitos aos três operadores por intermédio do advogado Rodrigo Tacla Duran, que, por sua vez, recebia o dinheiro de Olívio Rodrigues Junior, sócio da empresa JR Graco Assessoria. Os dois são apontados como operadores de contas abastecidas pela Odebrecht. Os investigadores da Lava Jato rastreiam o caminho das transações feitas a partir do chamado "departamento de propinas".

Borin atua no mercado financeiro desde 1976, com passagens no Banco Itamarati, Banco Paulista, Trend Bank, Antigua Overseas Bank e Meinl Bank. Este último, sediado em Antígua, um paraíso fiscal no Caribe, teria sido adquirido pela Odebrecht, em 2010, para gerir transações" suspeitas" da Odebrecht. Borin era sócio da instituição junto com executivos do setor de propinas da Odebrecht.
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